Boa noite colegas!!
Gente esse texto é muito bom.
Leiam com carinho
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/vencendo-erros-678561.shtml
Use os equívocos identificados
nas atividades para ajudar o aluno a superar barreiras e seguir aprendendo
Ninguém
tem dúvida de que ensinar o que é correto está na raiz da profissão docente.
Com base nessa concepção, por muitos anos se pensou que era papel do professor
identificar os erros e puni-los. Prova disso é o próprio sistema de avaliação que
se desenvolveu. Os estudantes são testados sistematicamente, muitas vezes
recebendo notas baixas e, em casos extremos, sendo retidos no mesmo ano letivo.
Afinal, aluno bom é só o que acerta.
Teorias
desenvolvidas ao longo do século 20 vieram mostrar que a história não é bem
essa e que o errado é quem pensa assim. Beira o impossível aprender algo sem
antes cometer equívocos. Eles fazem parte da aprendizagem: são obstáculos que
as crianças ultrapassam quando estão em busca do conhecimento. "Muitos professores
não compreendem que as respostas dadas por elas (mesmo que distantes do padrão
apontado pela ciência) têm explicações lógicas e evidenciam avanços
significativos", afirma Evelyse dos Santos Lemos, pesquisadora do Ensino
de Ciências e Biologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
Ver o
erro como um indicador do raciocínio do estudante possibilita criar situações
que o levem a pôr as ideias inadequadas em xeque. É preciso analisar as
incoerências, categorizá-las e problematizá-las (leia exemplos de atividades
nas páginas seguintes). A chave é levar todos a pensar sobre o que não sabem e,
com isso, aproximá-los do conhecimento esperado para o nível em que estão. Um
olhar atento é fundamental para entender os erros, que são de diferentes tipos.
- Construtivo É o que demonstra
as hipóteses do aluno acerca de qualquer conhecimento (matemático, linguístico,
científico, histórico, geográfico ou artístico) naquele momento. É um dos mais
comuns e importantes do ponto de vista pedagógico, já que permite colher
informações riquíssimas sobre as aprendizagens, dando origem a novas
estratégias de ensino. Os estudos desenvolvidos na área de alfabetização pelas
argentinas Emilia Ferreiro e Ana Teberosky ajudam a explicá-lo. Depois de
analisar as ideias dos pequenos sobre as características do sistema alfabético,
as pesquisadoras conseguiram agrupá-las em cinco níveis. Com isso, o que antes
era visto como erro de escrita passou a ser encarado como parte do processo de
aprendizagem. Cada um desses patamares demonstra uma série de saberes
adquiridos e exige intervenções específicas.
- Conceitual Reflete a
não-compreensão de determinado conceito ensinado. Se a criança não entendeu o
que aquela ideia quer dizer, não consegue responder à pergunta. Nesse caso, não
tem jeito: é preciso dar um passo para trás e retomar o tema.
- De distração Ocorre quando o
aluno possui a estrutura cognitiva necessária para a compreensão de um fenômeno
e já se mostrou capaz disso, mas deixa de dar a resposta correta. Nesse caso,
basta apontar para ele a falta de atenção e pedir um cuidado maior na
realização das atividades.
- Pelo uso de uma lógica
diferente da proposta pelo professor Acontece quando a criança lança mão de
meios cognitivos alternativos para resolver uma questão. Mesmo que a resposta
esteja correta, o que está em jogo nesse caso é a aprendizagem da estratégia.
Por isso, é importante valorizar o método usado deixando clara a necessidade de
empregar o procedimento específico.
Outros equívocos dos alunos
permitem identificar problemas relativos ao ensino ou ao desafio apresentado em
sala. Eles podem ser de dois tipos:
- Provocado pela pergunta
Resultado da falta de compreensão sobre um termo ou conceito do enunciado ou da
questão em si por estar mal formulada. O caminho, aqui, é propor novas
atividades para deixar claro o que está sendo pedido.
- Suscitado pela falta de
conhecimento didático do professor Facilmente identificável quando a maioria
dos estudantes apresenta respostas que indicam a não-compreensão do tema
trabalhado em sala. Adotar outra forma de ensinar o conteúdo é fundamental em
momentos como esse.