RESUMO
Renovam-se, periodicamente, no mundo, os métodos pedagógicos,
em razão da conquista do conhecimento nas suas diferentes áreas.
Nos últimos anos, a valiosa contribuição da psicologia
infantil abriu espaços para mais profundo e claro entendimento em torno
das possibilidades de aprendizagem da criança, ensejando novas técnicas
para a educação. A analogia com a prática pedagógica
se mostra quando diz que a educação deve preocupar-se em desenvolver
quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo
os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, indica o interesse, a abertura
para conhecimento, que verdadeiramente liberta da ignorância; aprender
a fazer, mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na
busca de acertar; aprender a conviver, aqui temos o desafio da convivência
que apresenta o respeito a todos e o exercício de fraternidade como
caminho do entendimento e, finalmente; aprender a ser, visto, talvez, como
o mais importante, por explicitar aí o papel do cidadão e o
objetivo de viver. Palavra chave: Aprendizagem, Desafios, Educação.
1-INTRODUÇÃO
Vivemos em uma sociedade que está experimentando mudanças radicais.
O pior é que a velocidade com que essas mudanças estão
acontecendo é algo brutal. Não podemos deixar de compreender
que mudanças, geram mudanças. Como a velocidade das mesmas,
nesse mundo globalizado, é intensa, a sociedade está em constante
mudança em um ritmo cada vez mais acelerado. Ao longo dos anos a Educação
evoluiu e continua a evoluir, e este processo pode ser compreendido na visão
de pensadores e filósofos, que através de suas teorias, visam
uma melhoria constante do ensino. Sabemos que alguns dos pressupostos didáticos
atualmente adotados não são construções inteiramente
recentes, mas foram elaborados pelos educadores ao longo do tempo, e reformulados
a partir de um processo contínuo de reflexão-ação.
Toda teoria pedagógica tem seus fundamentos baseados num sistema filosófico.
É a Filosofia que, expressando uma concepção de homem
e de mundo, dá sentido à Pedagogia, definindo seus objetivos
e determinando os métodos da ação educativa. Nesse sentido,
não existe educação neutra. Ao trabalhar na área
da educação, é sempre necessário tomar partido,
assumir posições. E toda escolha de uma concepção
de educação é, fundamentalmente, o reflexo da escolha
de uma filosofia de vida.
2-OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
A educação não serve, apenas, para fornecer pessoas
qualificadas ao mundo da economia: não se destina ao ser humano enquanto
agente econômico, mas enquanto fim último do desenvolvimento.
Desenvolver os talento e as aptidões de cada um correspondente, ao
mesmo tempo, á missão fundamentalmente humanista da educação,
á exigência de equidade que deve orientar qualquer politica educativa
e as verdadeiras necessidades de um desenvolvimento endógeno, respeitador
do meio ambiente humano e natural, e da diversidade de tradições
e de culturas. E mais especialmente, se é verdade que a formação
permanente é uma idéia essencial dos nossos dias, é preciso
inscrevê-la, para além de uma simples adaptação
ao emprego, na concepção mais ampla de uma educação
ao longo de toda a vida, concebida como condição de desenvolvimento
harmonioso e contínuo da pessoa. (DELORS. 2001. p 85)
Nessa visão prospectiva, uma resposta puramente quantitativa à
necessidade insaciável a educação - uma bagagem escolar
cada vez mais pesada - já não é possível nem mesmo
adequada. Não basta, de fato, que cada um acumule no começo
da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se
indefinidamente. É, antes, necessário estar à altura
de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões
de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de
se adaptar a um mundo de mudanças.
Segundo Delors 2001; Aponta "como principal conseqüência
da sociedade do conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao longo de
toda vida, fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente,
pilares do conhecimento e da formação continuada.".
É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir,
construir e reconstruir o conhecimento para que não seja passageiro,
que se mantenha através do tempo, que valorize a curiosidade, a autonomia
e a atenção, permanentemente. É preciso também
pensar o novo, reconstruir o velho, reinventar o pensar. Precisamos cada vez
mais na educação de uma resposta quantitativa a necessidade
de aprendizagem.
Uma bagagem escolar cada vez maior, mas não basta de fato, que cada
um acumule no começo da vida uma quantidade de conhecimentos de que
possa abster-se indefinidamente. É, antes, necessário estar
a altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, ocasião
para aprofundar e enriquecer seus conhecimentos e adaptar-se a um mundo de
mudanças. Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões,
a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens
fundamentais que, ao longo de toda vida, serão para o indivíduo,
os pilares do conhecimento:
Aprender a Fazer
Diante da rapidez que as evoluções estão ocorrendo em
nosso mundo moderno, logo o aluno se perguntará: Porque aprendi tudo
isso? Para mais nada me serve, porque já está desatualizado.
A comissão demonstrou essa preocupação ao citar:
Embora o Aprender Ser e Aprender a Fazer são indissociáveis,
queremos destacar que o Aprender a Fazer está mais relacionado a questão
da formação profissional. A questão que precisa ser respondida
pelo professor é: Como ensinar ao aluno a pôr em prática
os seus conhecimentos e, também, como adaptar a educação
ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será a sua
evolução? (DELORS, 2001)
Devemos destacar que o Aprender a Fazer não pode, pois, continuar
a ter significado simples de preparar alguém para uma tarefa material
bem determinada, para fazê-lo participar do fabrico de alguma coisa.
Aprender a Conhecer
O conhecimento não vem de fora, é um processo de construção
e reconstrução interior. Não está nos livros,
nos computadores, mas nas mentes das pessoas. A verdadeira aprendizagem é
a construção ativa de conhecimentos realizada pelo sujeito que
aprende. Não há aprendizagem sem que o aprendiz seja o sujeito
ativo do processo, e a aprendizagem será tanto maior e melhor quanto
mais ativo ele for.
Aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão;
aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver
juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades
humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três
precedentes. (DELORS 2001, p. 89-101).
Aprender a Viver Juntos, Aprender a Viver Com os Outros
Fazparte da educação, aprender a lidar com pessoas diferentes,
tratar de assuntos relevantes, não falar mal dos outros, não
usar a força para resolver conflitos, demonstrar gentileza e sinceridade
no tratamento com os colegas e professores. É justamente na escola
que os alunos aprendem as regras básicas de convivência em sociedade.
O que cada professor precisa fazer é abrir espaço a fim de que
eles aprendam a conviver, se conheçam e se respeitem. Para que todos
possam viver juntos e aprender a viver com os outros, a educação
tem um papel importantíssimo, e um grande desafio, já que a
opinião pública toma conhecimento através dos meios de
comunicação e nada pode fazer.
Aprender a Ser
Se o aluno não estiver preparado para compreender que a educação
deve em princípio mudar a sua vida, o seu caráter, para depois
servir aos outros, então ela falhou. Ela será apenas um instrumento
do egoísmo para dominar aos outros.. Educação deve contribuir
para o desenvolvimento total da pessoa, espírito e corpo, inteligência,
sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade.
Todos os seres humanos devem ser preparados pela educação que
recebem para agir nas diferentes circunstâncias da vida. Só que
para isso cada um deverá ter pensamentos autônomos e críticos,
personalidade própria. Portanto a educação deve preparar
as crianças e os jovens para possíveis descobertas e de experimentação.
CONCLUSÃO
A educação não se apóia exclusivamente, numa
fase da vida ou num único lugar. Os tempos e as áreas da educação
devem ser repensados, completar-se e interpenetrar-se de maneira a que cada
pessoa, ao longo de toda a sua vida, possa tirar o melhor partido de um ambiente
educativo em constante ampliação.
Com base nos quatro pilares da educação, compreendemos que
profundas mudanças precisam ocorrer no sistema de ensino secular. Pode
levar algum tempo para aceitarmos que só se aprende participando, vivenciando,
tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados
objetivos. Não se ensina só pelas respostas dadas, mas principalmente
pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação
desencadeada.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA
DELORS, Jacques.Educação: Um Tesouro a Descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre educação para o século XXI - 6 Edição. - São Paulo:UNESCO, MEC, Editora Cortez, Brasília, DF, 2001, p. 82-104.
Márcia Regina Cabral
Fonte: www.webartigos.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário