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Foi muito bom. Não há cansaço que resista a tantas
informações importantes
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Esse artigo logo abaixo retrata com muita clareza o que estudamos nesse sábado |
Outras fotos nesse link
EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE: UMA PROPOSTA DE JORGE
VISCA
Digelza
Flávia Câmara Lassalvia
http://supervisaopsicopedagogica.com.br/?p=10
Jorge Visca (1935 a 2000), nasceu na Argentina e graduou-se
em Ciências da Educação e Psicologia Social. Desenvolveu importantes
estudos, durante a jornada acadêmica, tanto em seu país, como no
exterior. No Brasil notabilizou-se por haver contribuído na formação
da primeira geração de psicopedagogos. Esse fato tem como alicerce a
experiência adquirida em sala de aula, como professor, em escolas do ensino
fundamental e médio, na Argentina, propiciando-lhe uma ampla compreensão
dos problemas de aprendizagem.
Foi um dos primeiros psicopedagogos que se preocupou com a epistemologia
da psicopedagogia, e isto o levou a estudar o processo do aprender, desde
os movimentos iniciais de comunicação entre o professor e o aluno, até chegar
ao processo da aquisição da aprendizagem. Questionou o porquê algumas
pessoas compreendem facilmente uma informação e outras as interpretam de
uma maneira totalmente diferente ou erroneamente. Como o sujeito da
aprendizagem pode perceber a dinâmica desse processo? Como
o professor/psicopedagogo pode contribuir para a aprendizagem,
considerando as diferenças individuais?
Ofereceu
cursos e supervisões na área da Psicopedagogia, em vários pontos do país e no
exterior, ajudando a formação e especialização desses profissionais. Fundou o
Centro de Estudos Psicopedagógicos de Buenos Aires, em 1977, e mais
tarde, no Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba. Ainda em 1980, participou
da criação da Associação de Psicopedagogos de São Paulo, e, 1985, da Associação
Brasileira de Psicopedagogia.
Experiências
significativas realizadas em sua militância acadêmica culminaram com a criação
da Epistemologia Convergente (1965), considerada um método clínico,
destinado ao processo de Diagnóstico e Intervenção, para diferentes faixas
etárias.
O paradigma
da Epistemologia Convergente está fundamentado em três linhas teóricas: a
Psicanálise, a Psicologia Social e a Epistemologia Genética. Os principais
representantes da primeira linha teórica foram Ana Freud e Melanie
Klein que se dedicaram a estudar crianças e, posteriormente, adolescentes
focalizando as questões do inconsciente e suas representações. Na segunda linha
teórica, Jorge Visa fundamenta-se em Pecho Riviera, que considera o
estabelecimento do vínculo como o principal atributo no processo da
aprendizagem, caracterizando a formação do grupo operativo como uma
unidade de funcionamento na aplicação no campo psicoterapêutico e na
educação. A epistemologia genética idealizada por Piaget
complementa a terceira vertente no embasamento da Epistemologia
Convergente. Piaget iniciou seus estudos utilizando o método clínico ou
crítico, com o objetivo de observar à lógica, tanto nas ações como das
operações desenvolvidas e, na sequência de suas pesquisas, houve a
transformação dos testes psicométricos em provas operatórias para garantir a
intenção epistemológica e a hipótese diretriz de seus trabalhos. (Visca, 1987,
p.15).
A
Epistemologia Convergente procura compreender a contribuição dos aspectos
afetivos, cognitivos e do meio sócio educacional, no processo da aprendizagem
do indivíduo e as possíveis dificuldades apresentadas, tendo como base, a
integração dos conhecimentos da psicologia genética, da psicanálise e da
psicologia social. A articulação entre as dimensões afetivas e cognitivas
do indivíduo só se completam no estabelecimento da relação contínua dessas
dimensões com o meio onde o indivíduo vive, formando uma unidade, um sistema
com características únicas. É nesse patamar que o psicopedagogo precisa atuar,
ou seja, propiciar condições para que o aprendiz construa seu conhecimento
tomando como referencial uma postura reflexiva, isto é de revisão pessoal, visando
à possibilidade da construção de novos valores, de novas concepções. Outro
fator importante nessa construção é a mediação junto ao aprendiz, para que este
tenha a possibilidade de expressar suas ideias no grupo desbloqueando elementos
imobilizadores inconscientes que estiveram impedindo este crescimento pessoal.
A
estrutura do método contempla os seguintes itens (Visca, 1987).
1.
ENQUADRAMENTO
- Conhecer critérios teóricos para fixar o enquadramento psicopedagógico.
- Integrar os conhecimentos da epistemologia genética com os da psicologia dinâmica em função do enquadramento.
- Formar critérios de avaliação do agente corretor e do sujeito corrigido.
2. CONTRATO
- Conhecer os distintos tipos de contrato em função do tempo e do ambiente.
- Estabelecer critérios que permitam determinar relações entre o contrato e os princípios sanitaristas de promover saúde e prevenir a doença.
3.
DIAGNÓSTICO
- Conhecer os fundamentos do diagnóstico psicopedagógico.
- Criar critérios para a administração de uma bateria mínima.
- Capacitar para diagnosticar dificuldades de aprendizagem
4.
GNOSIOLOGIA
- Formar critérios de saúde e doença no campo psicopedagógico sobre a base de conceitos sociológicos, antropológicos, psicológicos e pedagógicos.
- Determinar distintas unidades de análise para estudar o vetor de personalidade da aprendizagem.
5. PROCESSO
CORRETOR
- Situar o papel do psicopedagogo no contexto dos profissionais.
- Conhecer os diferentes recursos da técnica em sua aplicação individual e grupal.
- Exercitar no manejo conceitual, emocional e prático de técnicas corretoras.
Visca (1985)
em seu livro “Clínica Psicopedagógica: epistemologia convergente” detalha o
processo a ser desenvolvido para garantir a fidedignidade dos procedimentos a
serem adotados no transcurso do Diagnóstico e Intervenção.
Um
recurso utilizado diz respeito às “Técnicas Projetivas Psicopedagógica – pautas
gráficas para sua interpretação” – que pretende investigar a dimensão da
afetividade no processo da aprendizagem, ou seja, o estabelecimento dos
vínculos e as circunstâncias dentre as quais esta construção se opera (Visca, 2008,
compilado por Rozenmacher).
A dimensão
cognitiva é fundamentada e detalhada no “Diagnóstico Operatório na Prática
Psicopedagógica” na descrição das provas operatórias elaboradas por Piaget e
seus colaboradores, entre eles, Balder Inhelder que se preocupou em na
formalização das provas com descrição didática destinada aos estudiosos da
Psicologia e Psicopedagogia, tanto em nível institucional como clínico
(Visca, 2008, compilado por Rozenmacher).
As duas
dimensões citadas acima serão descritas em material a parte, para possibilitar
o desenvolvimento da prática, com análise do conteúdo teórico.
Referências
Bibliográficas
VISCA, Jorge.
Clínica Psicopedagógica: Epistemologia Convergente. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1987.
VISCA,
Jorge. Técnicas Projetivas Psicopedagógicas e pautas gráficas para sua
interpretação. Buenos Aires: Visca & Visca, 2008.
VISCA,
Jorge. O Diagnóstico Operatório na prática Psicopedagógica. São José dos
Campos: Pulso, 2008.
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