Alarme!
O medo é uma reação
natural, quando nos encontramos em situações que podem tornar-se perigosas. O
suor, o aumento do ritmo cardíaco e respiratório, a tensão muscular, etc.,
preparam-nos para reagir perante uma situação inesperada. As crianças, quando
sentem medo ou temor de alguma coisa, reagem chorando ou gritando. Desta forma
chamam a atenção dos adultos, que são os que se encarregarão de fazer frente a
um possível perigo. A reação dos adultos é muito importante para elas, visto
que eles são o modelo a seguir.
Assim, elas veem que diante de algumas coisas que lhes pareciam terríveis, tais como um petardo ou um trovão, os adultos estão tranquilos e chegam mesmo a rir-se: veem que não se trata de um perigo terrível, de modo que podem acalmar-se, porque os adultos, que são os responsáveis pelo seu bem-estar, não têm medo. Perante situações perigosas, há que ensiná-las a ser prudentes, mas sempre com reações proporcionais ao tipo de perigo que aquelas situações representam.
Assim, elas veem que diante de algumas coisas que lhes pareciam terríveis, tais como um petardo ou um trovão, os adultos estão tranquilos e chegam mesmo a rir-se: veem que não se trata de um perigo terrível, de modo que podem acalmar-se, porque os adultos, que são os responsáveis pelo seu bem-estar, não têm medo. Perante situações perigosas, há que ensiná-las a ser prudentes, mas sempre com reações proporcionais ao tipo de perigo que aquelas situações representam.
Lista de medos
Cada criança é
única; por isso, as coisas que assustam as crianças e a idade em que cada medo
se manifesta variam muito de criança para criança, e até mesmo de uma cultura
ou esfera social para outra. Ainda assim, regista-se uma relação muito
generalizada entre a idade e o aparecimento de determinados medos. A lista
seguinte pode servir como orientação:
* Até um ano de idade, as crianças pequenas têm medo dos estímulos
intensos e de tudo o que é desconhecido para elas, como, por exemplo, as
pessoas. O medo das pessoas desconhecidas, em geral, diminui até ao ano e meio
de idade.
* Entre os 2 e os 4 anos surge o medo das trovoadas, dos animais e das
catástrofes. Essa também costuma ser a idade em que as crianças começam a ter
medo do escuro, medo esse que normalmente desaparece até aos nove anos.
* Entre os 4 e os 6 anos aparece o medo dos monstros imaginários, como as
bruxas e os fantasmas e o medo da separação dos pais.
* Entre os 9 e os 12 anos os medos distintos estão mais relacionados com as
coisas do cotidiano, tais como os acidentes, as doenças, os conflitos com os
pais, o insucesso escolar, etc.
Que podemos fazer para prevenir o medo
É muito importante
vigiar o tipo de modelo que representamos diante das crianças, uma vez que este
é o primeiro exemplo de comportamento que elas conhecem. Em face de um perigo
real, há que educá-las para que sejam prudentes, evitando, contudo a superproteção.
A aprendizagem pode comportar certo grau de temor: conhecer gente nova
aproximar-se de um animal desconhecido, subir umas escadas especialmente altas…
Diante de qualquer situação desconhecida, a criança pode sentir um pouco de
medo. É enfrentando esse temor que se aprende e se assume que se é capaz de dominá-lo.
Por outro lado, é muito importante não utilizar o medo como ferramenta
educativa: ameaçar uma criança com um monstro que virá se ela não se portar
bem, fechá-la num quarto às escuras, etc.
O que devemos fazer face ao medo
Quando uma criança
se sente atemorizada, devemos evitar rir-nos dela ou do seu medo. Há que desdramatizar
a situação, mas tendo sempre em atenção que isso está a assustar a criança. Não
devemos compará-la com outras crianças que não têm medo, nem falar diante de
terceiros dos medos da criança e de como isso nos preocupa. Também não devemos
obrigar a criança a enfrentar de forma brusca aquilo que ela teme nem ameaçá-la
e lembrar-lhe o seu medo. Ao fim e ao cabo, não temos que dar uma importância
excessiva ao medo infantil, mas devemos isso sim, respeitar o que a criança
sente e evitar ridicularizá-la sozinha ou em frente de terceiros.
Quando o medo se torna demasiado grande
Às vezes é difícil
para os pais determinar quando um medo infantil requer alguma forma de terapia.
Nestas idades, as reações das crianças podem ter a intensidade suficiente para
nos fazerem duvidar da sua “normalidade”. Para diagnosticar se um medo se
transformou em fobia, há que ter em conta a idade da criança e o tempo de
persistência do temor. Em caso de dúvida, se se notar que a criança sofre e que
o temor afeta a sua vida cotidiana, poderá procurar-se o aconselhamento
profissional de algum especialista.
Conclusão
Sentir medo ante
diferentes estímulos faz parte dos sentimentos humanos, independentemente da
idade que tivermos. Aprender a superar o medo é uma capacidade que a criança
pode começar a criar desde muito pequena: quanto mais compreensão e confiança
tiverem com ela (e ela conosco), tanto mais fácil será enfrentar aquilo que lhe
causa medo. E este expediente continuará a aplicar-se durante a idade adulta.
Não se trata apenas de superar o medo, mas sim de estabelecer as estratégias
para que cada um o consiga fazer.
Núria Roca
O medo, do mais medroso ao mais corajoso
Porto, Ambar, 2003
O medo, do mais medroso ao mais corajoso
Porto, Ambar, 2003
adaptado
Parabéns! Amiga este texto é perfeito.Gostei muito. Cris
ResponderExcluirPensei naquela criaturinha Cris!
Excluirbjo amiga!!!!