Muito bom!!!!!!
(RESUMO E QUESTÕES)
http://www.historiaemperspectiva.com/2011/09/indisciplina-na-escola-alternativas.html
Resumo do texto: A desordem na relação
professor-aluno: Indisciplina, moralidade e conhecimento. In:______ AQUINO,
Julio Groppa (org.). Indisciplina na Escola: alternativas teóricas e práticas.
São Paulo: Summus, 1996.
O que é
Indisciplina?
Entende-se por indisciplina os comportamentos
disruptivos graves que supõem uma disfunção da escola. Os comportamentos
indisciplinados simplesmente obedecem a uma tentativa de impor a própria
vontade sobre a do restante da comunidade. [...] Também se entende por
indisciplina as atitudes ou comportamentos que vão contra as regras
estabelecidas, as normas do jogo, o código de conduta adotado pela escola para
cumprir sua principal missão: educar e instruir. “Então, muitas vezes, o
problema consiste em que não existem tais normas, a escola funciona de acordo
com um código não escrito, conhecido somente por poucos, o qual não é divulgado
entre a comunidade escolar”. (CASAMAYOR apud AQUINO, 2006, pg. 15)
O que se
sabe e sobre a Indisciplina Escolar?
Sabe-se claramente que a Indisciplina constitui uma
das queixas reinantes quanto ao cotidiano não apenas de professores, mas também
de pais.
Trata-se de um fenômeno escolar que ultrapassa
fronteiras socioculturais e também econômicas.
Deixaram de ser encarados como eventos esporádicos
para se tornarem, uma das razões nucleares do alegado desgaste ocupacional dos
profissionais da Educação.
Parece ter relação imediata com o estilo de ação do
professor, mostrando-se como resposta a falta de autoridade ou ao seu excesso.
Em todos os casos o que parece estar em pauta é a
afronta – declarada ou não – aos códigos normativos em vigor na Instituição.
Não se trata de um fenômeno exclusivo da Escola
Pública.
O ápice do fenômeno parece se dar, na maioria das
vezes, entre a etapa final do ensino Fundamental e o início do ensino Médio.
Temática, que tomou entre nós, maior visibilidade a
partir dos anos 1990.
A maioria dos educadores não sabe ao certo como
administrar o ato indisciplinado (dialogar? Punir? Encaminhar? Ignorar?).
O que se
suspeita sobre a Indisciplina escolar?
Suspeita-se que a Indisciplina discente seja um
fenômeno típico da adolescência, e esta caracterizada pelo questionamento e dos
valores impingidos pelo mundo adulto.
Manifestação de uma agressividade latente dirigida
contra as figuras de autoridade, agressividade gerada pela “desestruturação” do
ambiente familiar (prejuízos psíquicos difusos).
Más influências a que as novas gerações foram
expostas (o excesso de televisão, de internet, etc.).
Supõe-se que, centrando os esforços em torno dos
“casos graves”, poder-se-ia livrar os alunos medianos da ameaça de serem
corrompidos por hábitos avessos aos bons costumes.
A escola poderia fazer muito pouco, ou quase nada,
contra a degradação da sociedade contemporânea, simbolizada pela indisciplina
generalizada das novas gerações.
O que
estaria acontecendo com a educação brasileira atualmente? Qual é o papel da
Escola para a sua clientela e seus agentes? Afinal de contas, sua função primordial seria a de veicular os
conteúdos classicamente preconizados ou tão-somente conformar moralmente os
sujeitos a determinadas regras de conduta?
O papel essencial da escolarização é atender a
dimensão epistêmica do ensino.
Dimensão socializante da escola
Dimensão profissionalizante?
O olhar sócio
histórico: a Indisciplina como força legítima de resistência
Iniciemos examinando um texto bastante curioso de
1922, intitulado Recomendações Disciplinares:
[...] A disciplina é fator essencial do
aproveitamento dos alunos e indispensável ao homem civilizado. [...] Os alunos
devem apresentar minutos antes das 10 horas, observando-se em ordem no corredor
da entrada, para dahi descerem ao pateo onde entoarão o cântico. [...] Em
classe a disciplina deverá ser severa: - os alunos manterão entre si silêncio
absoluto; não poderá estar de pé mais de um aluno; não deverão ser atirados no
chão papeis ou quaesquer cousas que prejudiquem o asseio da sala; [...] serão
retirados do recreio ou sofrerão a pena necessária os alumnos que gritarem,
fizerem correrias, danificarem as plantas ou prejudicarem o asseio do páteo com
papeis, cascas de fructas, etc.
Tempos antigos para uma demanda diferente...
Esta escola do passado é, ainda para muitos, o
modelo almejado...
Medo, coação, subserviência. É isto que devemos
saudar?
A estrutura e o funcionamento escolar então
espelhavam o quartel, e o professor, um superior hierárquico. Uma espécie de
militarização difusa parecia, assim, definir as relações institucionais como um
todo.
Ora, com a crescente democratização do país e, em
tese, a desmilitarização das relações sociais, uma nova geração se criou.
Os parâmetros que regem a escolarização ainda são
regidos por um sujeito abstrato, idealizado e desenraizado dos condicionantes sócio
históricos.
Ela (a Indisciplina) pode estar indicando o impacto
do ingresso de um novo sujeito histórico, com outras demandas e valores, numa
ordem arcaica e despreparada para absorvê-la plenamente.
Olhar
psicológico: Indisciplina como carência psíquica infraestrutura
Numa perspectiva genericamente psicológica, a
questão da indisciplina estará inevitavelmente associada à ideia de uma
carência psíquica.
O reconhecimento da autoridade externa (do
professor no caso) pressupõe uma infraestrutura psicológica, moral mais
precisamente, anterior à escolarização.
Permeabilidade de regras comuns; partilha de
responsabilidades, cooperação, reciprocidade, solidariedade, etc.
O aluno atual carece de tais parâmetros, pois
nota-se: agressividade/rebeldia; ou apatia/indiferença, ou, ainda,
desrespeito/falta de limites.
Que se trata, supostamente, de um sintoma de
relações desagregadoras, incapazes de realizar a contento sua parcela no
trabalho educacional das crianças e adolescentes. Um esfacelamento do papel
clássico da instituição familiar, enfim.
Relação
professor-aluno como recorte
O que deve regular a relação é uma proposta de
trabalho fundamentada intrinsecamente no conhecimento. Por meio dela, pode-se
fundar e/ou resgatar a moralidade discente na medida em que o trabalho do
conhecimento pressupõe a observância de regras, de semelhanças e diferenças, de
regularidades e exceções.
Este trabalho de incessante indagação, no trabalho
científico, não requer que o aluno seja estático, calado, obediente. O trabalho
do conhecimento, pelo contrário, implica a inquietação, o desconcerto, a
desobediência. A questão fundamental está na transformação desta turbulência em
ciência.
Por uma
nova ordem pedagógica
É preciso, pois, reinventar continuamente os
conteúdos, as metodologias, a relação.
Esta guinada na compreensão e no manejo
disciplinares vai requere enfim, uma conduta dialógica por parte do educador,
pois é ele quem inaugura a intervenção pedagógica.
O ofício docente exige a negociação constante, quer
com relação às estratégias de ensino ou avaliação, quer com relação aos
objetivos e até mesmo aos conteúdos preconizados – sempre com vistas à flexibilização
das delegações institucionais e das formas relacionais.
Quesitos
principais dessa relação:
Investimento nos vínculos concretos (onde essa
relação é foco principal);
Fidelidade ao contrato pedagógico – que este seja
razoável para ambas as partes.
Permeabilidade para mudança e para a invenção –
reaprender seu ofício e reinventar seu campo de conhecimento a cada encontro.
Questões
alternativas
1) Segundo o autor Júlio Groppa Aquino em seu livro
“Indisciplina: Alternativas teóricas e práticas” a Indisciplina discente é um
fenômeno típico da adolescência. Quais características abaixo podem explicar os
motivos que são causadores da Indisciplina em sala de aula: I. O questionamento
às normas e valores que são impostos pelos adultos. II. Desestrutura familiar
(pela desagregação de casais, falta de tempo com os filhos, não supervisão das
tarefas escolares, etc.) III. Aos hábitos e novos costumes impostos pelos meios
de comunicação de massa, mais sedutores do quê o espaço de sala de aula.
a)
I e II são causadoras de Indisciplina
b)
II e III são responsáveis pela Indisciplina
c)
I e III
são na verdade os verdadeiros responsáveis pela Indisciplina.
d)
Todas as alternativas são responsáveis pelo fenômeno da Indisciplina.
2) Segundo Aquino, as inflexões disciplinares: I-
parecem ter correlação imediata com o estilo de ação do professor, mostrando-se
como resposta à ausência de autoridade docente ou ao seu inverso, o abuso. II-
são menos comuns com professores de Educação Física e de Artes. III- não se
trata de um fenômeno exclusivo de países como o Brasil; verifica-se também em
contextos em que as condições infraestruturas do trabalho escolar são mais
satisfatórias.
Estão corretas as afirmativas:
a)
I e III
b)
I e II
c)
III e II
d)
I, II e III
Questões
dissertativas
3) A indisciplina escolar se tornou, nos últimos
tempos, um dos assuntos nucleares no que circunda o imaginário educacional. O
especialista Julio Groppa Aquino, em seu texto: “A desordem na relação
professor-aluno: Indisciplina, Moralidade e Conhecimento”, apresenta-nos uma
reflexão sócio histórica sobre o fenômeno da Indisciplina, considerando ser uma
força legítima de resistência. Que tipo de “resistência” ele se refere? Como
entender a Indisciplina pelo olhar “sócio histórico”? Justifique.
4) Um dos problemas relacionados à Indisciplina
escolar seria “O esfacelamento do papel clássico da família” (Julio Groppa
Aquino, pg. 46). A partir dessa citação, explique como as condicionantes
psicológicas relacionadas ao papel da família podem ser direcionadas para um
maior entendimento do fenômeno da Indisciplina escolar.
5) Para relativizar o problema da Indisciplina
escolar, o autor Júlio Groppa Aquino, propõe o “Contrato Pedagógico”. Explique-o.
Nenhum comentário:
Postar um comentário