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PEDAGOGA - especialização em PSICOLOGIA ESCOLAR - Coordenação Josefina Castro e PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA, INSTITUCIONAL E HOSPITALAR - Coordenação da Pp - profª Genigleide da Hora - Mestranda em Educação Inclusiva.

domingo, 29 de janeiro de 2012

PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E GESTÃO EDUCACIONAL: DESAFIOS ATUAIS.


Joao Beauclair 

Embora publicado no ano de 2007, considero este artigo bastante atual. Por esse motivo, peço licença ao autor João Beauclair e compartilho com vocês!

Bom domingo e bons estudos para todos nós!   

http://www.profjoaobeauclair.net/visualizar.php?idt=514170

             O gestor bem sucedido hoje é um líder, alguém que sabe delegar tarefas, que motiva sua equipe, observando as competências e habilidades dos sujeitos que a integram, validando o que cada um possui como talento e criando ações estratégicas que possibilitem a visualização e consciência do que está faltando. De acordo com Paulo Freire, somos seres da incompletude e por isso, acredito, sempre estaremos em busca de melhoria, de ressignificação de nossas práticas e condutas.
           A presença de psicopedagogos no “espaçotempo” das instituições educacionais é um modo interessante de construir estratégias para tal, onde será possível fazer uso das diferentes articulações teóricas e práticas do campo psicopedagógico, propondo à melhoria de qualidade das relações interpessoais na vivência dos objetivos contidos na missão de cada instituição. O gestor educacional consciente dos propósitos de melhoria humana perceberá a essencialidade deste trabalho, pois sabe o quanto é importante conhecer outras possibilidades de interpretação e atuação diante da realidade.
Entre o conhecimento e a informação há uma ponte para ser construída, uma conexão a ser feita. No conceito do conhecer reside o que pode ser codificável, socializado, reproduzido e compartilhado. Entretanto, há o conhecimento tácito, individualizado, que em muitos momentos impede uma maior articulação entre o que cada um faz e o que todos devem fazer. Neste sentido, é importante universalizar símbolos, e compreender como cada elemento integrante de sua equipe interage com o aprender.
Perceber as diferentes modalidades de aprendizagem, por exemplo, facilita a adoção de estratégias de comunicação, onde reside uma das questões cruciais à melhoria das competências humanas. Atuando como consultor educacional, psicopedagogo, pesquisador e educador em diferentes cursos de formação pessoal nas áreas de Educação e de Psicopedagogia, tenho observado, a partir de minha práxis, que mudanças significativas só podem acontecer quando efetivamente desejadas, pois é no campo mental do desejar que o sujeito aprendente encontra significado e sentido no trabalho e nas tarefas que deve cumprir e, assim, diariamente aprender.
Ao gestor cabe lidar com este desejo, criando, em conjunto com o psicopedagogo institucional, alguns campos de referência para ação onde todos, que estão vivenciando os mesmos processos, possam participar ativamente, configurando um movimento reflexivo capaz de trazer maturidade ao enfrentamento dos entraves emergidos cotidianamente no “espaçotempo” institucional.
         Para tal, se faz necessário criar estratégias de funcionamento que estejam centradas nos clientes, onde todos os elementos integrantes dos mais diversos setores da instituição voltem seus olhares e atenção à retenção, permanência e conquista de clientes. Isso porque é o cliente que emite juízo de valor a respeito da qualidade dos serviços oferecidos, e nesta emissão percebe-se claramente se está satisfeito ou não.
      O gestor educacional, objetivado na busca de excelência do desempenho da organização em que atua e vivenciando seu papel de liderança, deve incorporar em suas ações diárias conhecimentos vinculados às necessidades atuais e futuras dos clientes, focando suas ações e metas para obtenção de melhores níveis e resultados. Qualquer instituição educacional, enquanto organização aprendente, será bem sucedida e alcançará os resultados que se propõe somente com a construção de um conjunto de indicadores que seja reflexo das necessidades presentes em todos os interessados. Para tal, é fundamental valorizar processos comunicacionais eficazes, onde seja possível compreender os planos da organização, as estratégias para sua execução e as metas a serem alcançadas.
        De suma importância é o comprometimento do gestor educacional no desenvolvimento de um sistema aberto que considere as diretrizes, os valores e as estratégias necessárias à construção de um cotidiano permeado por uma postura organizacional estimuladora, criativa, propensa ao respeito, a amorosidade, a mansidão e a doçura nas relações humanas.
        Percebo, em muitos momentos de minha prática, que hoje a mola mestra da excelência organizacional está neste comprometimento: o perfil de um bom gestor na contemporaneidade é o de ser um líder visionário, que compartilha experiências e tenha um sistema de crenças clarificado, onde expressa seus valores pessoais, suas perspectivas, suas esperanças, sonhos e desejos de construir ambientes harmonizados e bem estar na organização que está em suas mãos para crescer, evoluir, progredir.
Enquanto gestor educacional, suas posições e posturas efetivamente são exemplos que todos observam e, ao buscar o desenvolvimento de sua função de liderança, alcança todos os níveis presentes no “espaçotempo” institucional que atua. Com o auxílio de bom projeto psicopedagógico institucional, poderá desenvolver um melhor desempenho em sua capacidade de estimular a motivação nas pessoas, valorizando-as e, ao assim fazer, transformando-as em pessoas comprometidas com a missão e com as finalidades de sua organização.
       Conhecimento, habilidades, criatividade e motivação nunca são demais, para nada nem para ninguém. A participação ativa dos colaboradores no trabalho de gestão educacional é importante elemento à sinergia entre todos os envolvidos, que fazem parte das diferentes equipes sob sua responsabilidade. Por isso, é preciso criar condições favoráveis à autonomia: competências e habilidades só podem ser desenvolvidas em condições de aprendizagem facilitadoras. Esse será o tema de nosso próximo artigo. Saúde e Paz para todos.


Sugestão de site:

http://www.idph.net  Visitem o site do Instituto de Desenvolvimento do Potencial Humano. Nele, dicas de leituras, artigos interessantes para leitura reflexiva e muitas informações relevantes para o gestor educacional e o psicopedagogo institucional.

Sugestão de leitura:

Da Editora Artmed, o excelente livro Escolas que Aprendem: Um guia da Quinta disciplina para educadores, pais e todos os que se interessam por educação, de Peter Senge e colaboradores, como Jay Forrester e Howard Gardner. Em seu excelente conteúdo, oferece orientações, experiências e instrumental prático para que psicopedagogos institucionais e gestores educacionais elaborem projetos comprometidos com a transformação da escola e da comunidade escolar, em espaços vinculados ao aprender a aprender, importante pilar para a Educação do Século XXI, de acordo com a UNESCO.

Contato para projetos, cursos, palestras e oficinas psicopedagógicas:
PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E GESTÃO EDUCACIONAL: DESAFIOS ATUAIS.
Joao Beauclair

domingo, 8 de janeiro de 2012

ANGELA MEIRICE OLIVEIRA VAI CONHECER A HISTÓRIA DA SANTA ÂNGELA MERICI


 Volto para compartilhar essa história incrível cheia de coincidências com vocês!



Princípios Pedagógico de Santa Ângela Merici
(Baseado em seus escritos)
Introdução
Educadora, Santa Ângela o foi, e, de tal maneira que toda a sua atuação se revestiu de um caráter pedagógico, quer entre adultos, como entre jovens e crianças. Graças à sua psicologia empírica, à sua intuição feminina, à sua experiência de mãe espiritual, graças sobre tudo à sua íntima união com Deus, Ângela chegou a dar às Superiores educadoras, conselhos pedagógicos esclarecidos, válidos em todas as épocas, sob todas as latitudes, para todos os educadores cristãos.
Não Há Educação Sem Amor – Nesse lema, Ângela baseou seu plano de formação. Desse princípio básico, outros importantes decorrem:
1. Estima e Respeitos por Todos
Os educadores devem estimar seus educandos, respeita-los, em sua dignidade humana e cristã. E o educador deve sentir-se gratificado por ser chamado a esta tarefa.
Diz Santa Ângela a suas filhas: “É mister refletir na estima que por elas deveis ter, pois, quanto mais estimardes, tanto mais as amareis; quanto mais as amardes, tanto mais cuidado delas tereis”. (Rec. Prólogo).
“Não vos julgueis dignas de ser superiores...Ao contrário, considerai-vos como auxiliares e servas de vossas filhas, pensando que tendes mais necessidades de servi-las do que elas de serem servidas por vós... e que Deus a isto poderia prover com outros instrumentos melhores que vós.” (1ª Rec.)
2. Conhecimento Pessoal
Atenção à pessoa. Que o Educador ame a todos os educandos, e cada um pessoalmente, com verdadeiro amor, que os trate segundo o temperamento e as necessidades de cada um: são pessoas, não números numa lista de chamada: “Tende cuidado de todas as vossas filhas, conservando-as presentes em vosso espírito e gravadas em vosso coração, cada uma de per si e não somente os nomes, mas também condição, o temperamento, a situação e tudo o que lhes diz que as mães, segundo natureza, embora tivessem mil filhos, os conservariam todos, individualmente, no coração. Assim age o verdadeiro amor.” (2º Legado)
3. Bondade e Firmeza
Convidar e não forçar – Os educadores devem tratar os educados com bondade e firmeza, não com autoritarismo: “Sede amáveis e humanas para com vossas filhas... Obtereis muito mais com carinho e “piacevolezza” do que com severidade e ásperas repreensões.” (eª Rec.)
“Esforçai-vos por conduzir vossas filhas com amor e mão suave e meiga; não imperiosamente e com aspereza, mais em tudo procurai ser amáveis. Escutai a Jesus Cristo que disse: “Aprendi de mim que sou manso e humilde de coração. ” Deveis, pois, esforçar-vos para agir assim e usar de toda a afabilidade possível. Acima de tudo, evitai querer obter pela força o que for, porque a cada um Deus deu o livre arbítrio e não quer forçar ninguém, mas somente propõe, convida e aconselha.” (3º Legado).
Bondade, porém, não é sinônimo de fraqueza. O educador deve saber ser firme. Quando for necessário repreender e corrigir, que o faça, para o bem do culpado e dos outros, mas sempre com discrição, discernimento e caridade: “Quando a vós. Cumpri vosso dever, corrigindo-as com amor e caridade, se virdes cair em alguma falta, por fragilidade humana, e assim, não cessareis de poder a vinha a vós, confiada. Em seguida, deixai Deus agir. Ele fará coisas admiráveis em tempo oportuno e quando aprouver.” (8ª Rec.).
4. Força do Exemplo
Educa-se mais pelo exemplo do que a palavra. É mister, pois, que o educador seja um modelo para os educandos e que seja o primeiro a fazer o que dos outros exige.
“Quanto a vós, tende tal vida e tal conduta que sirvam de espelho para vossas filhas, e o que quereis que elas pratiquem, praticai-o primeiro vós mesmas. Como poderíeis adverti-las ou repreende-las por, algum defeito que também tivésseis, ou seja, então exortá-las e levá-las a praticar uma virtude que primeiro não possuísseis, ou pelo menos, não começasse a praticar com elas? Fazei, pois, que o vosso exemplo as leve e encoraje a viver virtuosamente.” (6ª Rec.).
5. Exigência Equilibrada
O educador deve ser exigente, razoavelmente, pois ama e estima os educandos, chamados todos à santidade. Sabe que seu papel é desenvolver as potencialidades do educando, formar personalidades de valor: “Deveis estar desejosas e prontas a empenhar toda vossa aplicação e solicitude para que vossas filhas sejam adornadas de todas as vossa aplicação e só nobre e autêntico comportamento, a fim de que possam agradar mais a Jesus Cristo...” imitando “as mães segundo a natureza que têm cuidado e trabalho para enfeitar, adornar, embeleza as filhas a fim de agradem aos futuros esposos.” (4º Leg.).
6. Coragem e Perseverança
O educador deve ser corajoso, generoso, ardente, não se deixando nunca vencer pelas dificuldades e pela monotonia da tarefa: “Agi, mexei-vos, crede, esforçai-vos, esperai, clamai a Deus do fundo do coração, porque, sem dúvida alguma, vereis maravilhas.” (Rec. Introd.).
“Deveis consagrar toda vossa atividade e todas as vossas forças ao cumprimento de vosso ser... Será preciso que, tomeis a resolução radical e definitiva de vos submeter totalmente a sua vontade e receber dele próprio com viça e inquebrantável fé o que tiverdes de realizar por ser amor. E nisto vos será necessário, aconteça o que acontecer perseverar constantes até o fim.” (id. ib.).
7. Visão Prospectiva
Ângela era corajosa e confiante. Era mesmo ousadamente inovadora. Em educação, não basta exigir. É preciso também prever, proteger, acreditar na pessoa. Educação sem liberdade é educação falha, há, no entanto, riscos a que juventude pode ser exposta, com graves inconvenientes. Num mundo conturbado como o nosso, o educador deve estar atento para a verdadeira hierarquia de valores, para o desenvolvimento da consciência crítica do educando: “Tereis de defender e proteger vossas ovelhas contra lobos e os ladrões, isto é, contra duas espécies, de pessoas pestilenciais: dos enganos das pessoas mundanas e dos falsos religiosos e dos herejes”.
“... Se ouvirdes dizer que algum pregador ou outra pessoa tem reputação de hereje ou prega inovações que se afastam dos costumes da Igreja e são contarias ao que de nos recebestes, então, com muito tato, impedi que vossas filhas escutem tais pessoas, a fim de que sejam preservadas dessas opiniões pestilenciais heréticas. Com efeito, muitas vezes, acontece que no espírito germinam más sementes, depois difíceis de estirpar.” (7ª Rec.).

8. Otimismo Profundo
O educador deve ser otimista, alegre, animado de uma confiança inabalável em Deus: deve confiar, também, com amor e lucidez, nos educandos. “Verá maravilhas...” mais talvez somente muitos anos mais tarde. A alegria é condição para se ser educador. Otimismo profundo é característica da pedagogia das Ursulinas, no que pode vir-a-ser: “Ponde em Deus vossa esperança; tende nele fé firme, que em todas as coisas Ele vos ajudará.” (Rec. Prólogo).
“Deveis saber e ter por certo que Deus nunca deixará de prover às suas necessidades... contanto que de vossa parte não falteis ao vosso dever.” (4ª Rec.).
“Perseverai fiel e alegremente na obra empreendida. E evitai, repito desanimar, pois se realizará com superabundância cada promessa que vos faço.” (11º Leg.).
9. União Necessária
Os educadores devem viver unidos entre si, saber trabalhar em equipe. Para um bom trabalho eficaz, Pais, Educadores Escola, deverão estar irmanados pelo mesmo objetivo:
“Eis a última palavra que vos dirijo, suplicando-vos com todo o ardor de meu sangue: vivei na concórdia e na união, com um só coração e uma só vontade. Sede unidas umas às outras pelos laços da caridade, estimando-vos, ajudando-vos e suportando-vos em Jesus Cristo... Vede a importância de tal união e concórdia. Por isso, desejai-as, procurai-as, abraçai-as, retende-as com todas as vossas forças, porque, vos afirmo se viverdes todas unidas de coração, sereis como uma fortaleza construída na rocha ou uma torre inexpugnável contra todos os ataques, perseguições e enganos do demônio.” (9ª Rec.).
10. Transcendência da Educação
A tarefa educativa ultrapassa as forças do educador, Este deve fazer tudo o que está em seu poder para obter do céu as graças que Deus nunca recusa aos que creem nele: “Seja sempre vosso principal refúgio aos pés de Jesus Cristo.” (11º Leg.).
“Quanto deveis rogar a Deus vos esclareça, dirija a ensine o que tendes a fazer... nessa mais nobre missão que pode existir.” (Rec. Prólogo).
“Não vos desanimes se não souberdes ou não puderdes fazer o que exigiria tão excepcional encargo. Ponha em Deus vossa esperança; tende nele uma fé firme, que em todas as coisas ele vos ajudará. Rogai, humilhai-vos, sob seu grande poder, pois, sem dúvida alguma, tendo-vos confiado tal obra, também vos dará a força necessária para realiza-la, contando que não falte vossa cooperação.” (Rec. Introd.).
Conclusão
Estes, os princípios pedagógicos de Santa Ângela Mérici, aquela camponesa de origem modesta, caracterizada por vida sóbria, vontade enérgica, espírito de audácia, dom de reconciliação, abertura a Deus, doação aos irmãos. Ângela, que do amor fez a educação e da educação seu lema prometeu estar sempre no meio de nós, ajudando nossas orações. (Última Rec.)
Hoje, nos 5 Continentes, as Ursulinas e os educadores que com elas assumem a Educação Cristã, continuam a missão de Ângela, e estão atentos à sua voz: “Agora estou mais vida do que quando estava nessa vida; vejo melhor e amo mais o bem que continuamente vos vejo praticar e, agora, ainda mais quero e posso ajudar-vos e fazer-vos bem todas as maneiras.” (Rec. Introd.).
“Tendes vivas a fé e a esperança...” Regozijai-vos! (Últ. Rec.)
“Agi, mexei-vos...” (Rec. Introd.).
“Perseverai, fiel e alegremente, na obra empreendida...” (11º Leg.).
Ir aos jovens com amor e confiança é fazer deste amor um método de formação.