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PEDAGOGA - especialização em PSICOLOGIA ESCOLAR - Coordenação Josefina Castro e PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA, INSTITUCIONAL E HOSPITALAR - Coordenação da Pp - profª Genigleide da Hora - Mestranda em Educação Inclusiva.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

INQUIETAÇÕES DA EQUIPE DO PROJETO PSICOPEDAGÓGICO NAS ESCOLAS DO CAMPO

Ao longo desses três anos de atuação como psicopedagoga na educação do Campo, surgiram alguns questionamentos muito relevantes que contribuíram para uma grande reflexão e dentre muitas, compartilho algumas com vocês:

·   Como educandos tão habilidosos em algumas áreas do conhecimento, podem ser considerados como detentores de DA – Dificuldade de Aprendizagem?
·   Enquanto educador, como poderia atuar com essas crianças para amenizar, ou até mesmo superar a DA?
·  Considerando a especialidade e singularidade como atributo essencial do ser humano, como determinar capacidades ou incapacidades para aprendizagem?
·   Afinal, o que é Inteligência?
·   Onde e como encontrar respostas?
Diante das inquietações supracitadas, foi que mesmo durante o ano anterior, já sabia em quais estudos necessitariam para o Plano de Ação para 2012.
Para minha alegria, fui informada que o Projeto de Psicopedagogia nas Escolas do Campo, teria mais uma nova componente ficando assim a nova equipe:

Rita de Cássia Mendes – a articuladora do projeto entre a Supervisão e Secretaria da Educação;

Angela Meirice – coordenadora do Projeto e articuladora com as demais escolas do campo;

 
Claudia Guerreiro e Graça Silvana – psicopedagogas que juntamente comigo, atenderão às Unidades Escolares da Ed. do Campo.
Mostrei minha proposta para o ano de 2012 e como a equipe também havia levantado alguns questionamentos e hipóteses quanto determinados aspectos dos nossos educando, resolvemos que nosso I Seminário seria abordado algumas temáticas pertinentes ao assunto.
Por conseguinte ficou o tema assim definido:
ESTILOS DE APRENDIZAGEM  E  INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS: Reconhecer para amenizar As  Dificuldades de Aprendizagem.
Aguardem as postagens, porque teremos mais um grande evento, pois contaremos com o apoio de sempre: dos coordenadores, supervisão e assessoria da educação do Campo e de outros mais que consecutivamente nos apoiam.    

A data está prevista para 30.03. Assim que for confirmada compartilho com todos.

VALEU ATÉ AGORA EQUIPE DO PROJETO! SEI QUE GARRA,  BOA VONTADE, SENTIMENTO DE PARCERIA E PRINCIPALMENTE DEUS, ESTARÃO SEMPRE DO NOSSO LADO!!       

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

UM ESPAÇO PARA O PLANEJAMENTO PSICOPEDAGÓGICO

Com início da reforma da Casa do Educador a equipe do Projeto de Psicopedagogia nas Escolas do Campo do município de Itabuna conquistou um espaço, onde viabilizará a confecção e organização de materiais para as intervenções psicopedagógicas nas Unidades Escolares; realizar reuniões de análise e estudos de casos, elaboração de projetos e muito mais.
Falta ainda alguns mobiliários, mas a alegria dessa Equipe por essa aquisição, já compensa tudo!!.


O espaço é maravilhoso e as ideias para a decoração, já fluem
  em nossas cabeças. 

Ficamos muito felizes!!!
À Educadora Edna Monteiro proprietária da Escola Alice Monteiro, nossos agradecimentos e gratidão!!   

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

PLANEJAMENTO PSICOPEDAGÓGICO PARA 2012 - ED. DO CAMPO - ITABUNA - BA.


JUSTIFICATIVA

“Como psicopedagoga institucional sistêmica devo ser parceira da professora, tenho que entrar na classe, construir junto com ela, detectar os nichos das crianças rejeitadas, das crianças atentas, das desatentas, das que faltam etc., você constrói um perfil da classe”.
Maria Cecília Castro Gasparian.

  No decorrer das ações desenvolvidas pelo Projeto Psicopedagógico nas Escolas do Campo, fica notória a necessidade de prosseguimento em uma maior aproximação com os ambientes da comunidade escolar, vivenciar o social da turma para chegar ao motivo real da dificuldade de aprendizagem. E, nesse sentido, Psicopedagogia com uma visão sistêmica, tem potencial para ser um “Norte” no intuito de intensificar a ação preventiva do psicopedagogo na instituição Escola, no sentido de olhar o aluno como aprendentes em constante formação.    
       
Segundo Freud, os pais são o objeto facilitador na compreensão e na aprendizagem do mundo. E partindo desse pressuposto a instituição família deve e pode ser um suporte para a escola no desenvolvimento intelectual, social, emocional e pessoal do educando. 

Visca (1991) por sua vez assegura que a aprendizagem é concebida como uma construção intrapsíquica, que apresenta uma continuidade genética e que é resultante de condições prévias energéticas e estruturais do sujeito e de condições ambientais.

Acreditando nas afirmativas supracitadas e na importância da parceria entre escola e família, esse será o segundo desafio do psicopedagogo para o ano de 2012. Buscar maior aproximação com as famílias de todas  objetivando um enfoque mais preventivo nas “dificuldades de aprendizagens”, pois são corriqueiras as queixas, por parte das escolas, quanto a pouca participação dos pais na vida escolar dos filhos e os pais por outro lado não se sentem confortável em discutir sobre assuntos familiares.

O papel da Psicopedagogia no planejamento escolar é refletir sobre as ações pedagógicas e suas interferências no processo de aprendizagem do aluno, pois ela acredita que cada um de nós aprende de uma forma diferente. Assim, o terceiro desafio do psicopedagogo na Educação do Campo, é continuar na elaboração e aplicação de projetos de intervenção Psicopedagógica, oportunizando diferentes modelos de aprendizagem e de ensinagem despertando nos envolvidos o desejo de aprender e o desejo de ensinar.

Morin diz que ele vê a sala de aula como um fenômeno complexo, que abriga uma diversidade de ânimos, culturas, classes sociais e econômicas, e sentimentos variados.  Observamos que cada aluno é um mundo em desenvolvimento, cada um trás seu ponto de vista o qual está em desenvolvimento, seu modo de ver as coisas vai sendo modificado a cada dia através da interação social com outras pessoas.

Observamos as múltiplas características que compõe o ser humano, o quarto desafio que Projeto Psicopedagógico nas escolas do Campo propõe para o psicopedagogo será uma prática embasada nas Múltiplas Aprendizagens na qual Gardner diz que: “as pessoas possuem capacidades diferentes, das quais se valem para criar algo, resolver problemas e produzir bens sociais e culturais, dentro de seu contexto”.    


MEC prepara projeto para reestruturar educação no campo

Cerca de mil municípios com índices de pobreza aguda receberão ações para reverter abandono escolar
Lisandra Paraguassu - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, deverá apresentar nas próximas semanas seu primeiro programa. O Pronacampo, preparado ainda durante a gestão de Fernando Haddad, pretende combater um dos gargalos da educação: dar mais atenção à educação rural, uma modalidade de ensino que abriga quase 6,5 milhões de estudantes, mas tem as piores escolas, professores e indicadores. Pelo menos mil municípios, com índices de pobreza aguda, receberão um grupo de ações para reverter o abandono.
O projeto, que foi apresentado à presidente Dilma Rousseff durante as reuniões ministeriais da semana passada, inclui desde a construção de novas escolas até a formação dos professores. A lista dos municípios que serão beneficiados ainda não está fechada, mas se concentrará nas regiões Norte e Nordeste.
O Pronacampo começa pela construção ou reforma das escolas. Os recursos já estariam garantidos no orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e seriam repassados às prefeituras da mesma forma que hoje chega o dinheiro do Programa de Aceleração do Crescimento: em uma conta separada da prefeitura que só pode ser movimentada para pagamentos daquela obra específica. A licitação para a contratação das empresas que farão as escolas deverá ser centralizada.
O próprio FNDE já fez o projeto do que deverão ser as escolas. Salas de aula, ginásio de esportes, refeitório, salas administrativas, uma área para hortas e outras atividades rurais e até mesmo dormitórios, para alunos e professores, estão previstos. Apesar de incluir também a compra de transporte escolar, o Pronacampo prevê a possibilidade de transformar algumas escolas em um semi-internato.
Contraste. As imagens quase idílicas usadas nos projetos, com vaquinhas holandesas e crianças loiras, estão distante da realidade das escolas rurais. A maioria das 80 mil unidades está muito abaixo de um padrão mínimo de qualidade. Muitas não têm água ou luz, a maioria não tem laboratório, biblioteca ou espaço de lazer. Há casos, segundo relatório do FNDE, de escolas com teto de folhas de coqueiro.
Cálculo preliminar do MEC mostra que 78 mil professores das zonas rurais têm apenas o ensino médio. O programa pretende levar formação para esses docentes. A intenção é criar pequenos núcleos da Universidade Aberta do Brasil, sistema de ensino a distância do governo federal.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO DE ITABUNA inicia ano letivo com a valorização do “Ser Professor


O profissional da arte de ensinar uma ciência, alguma técnica ou outro conhecimento foi o foco da 28ª Jornada Pedagógica, que teve início nesta segunda-feira (6), com o tema A subjetividade do SER PROFESSOR no contexto da Educação Grapiúna. O evento, realizado pela Prefeitura Municipal de Itabuna, através da Secretaria da Educação reuniu professores, coordenadores e diretores da Rede Municipal de Ensino, bem como de representantes da sociedade civil organizada, que lotaram as instalações do auditório Paulo
A abertura teve início com as boas-vindas do secretário da Educação, Gustavo Joaquim Lisboa, ao destacar que a jornada aborda, até o dia 10, sobre o profissional que faz com que a educação seja difundida, a partir de sua subjetividade, formada pelas experiências vividas nos contextos social, cultural e profissional. “Espero que ao longo desses dias possam ser discutidos sobre o corpo, a mente e a saúde do professor, que atua de forma integral, dentro e fora das salas de aula”.
Durante o seu discurso, o titular da pasta assegurou que o bom desempenho como educador e pessoa é concretizado com a prática das virtudes do amor e do perdão ao apresentar cenas de um vídeo documentário, produzido pela SEC, que relata a história de uma professora que perdoou o assassino de seu filho. “Que a gente consiga perdoar aqueles que nos ofenderam no ano passado e que possamos iniciar o ano de 2012 com o coração mais leve. Que este ano, seja de vitórias!”.
O prefeito Capitão Azevedo foi representado pelo chefe de gabinete, Ivan Krebs Montenegro, que cumprimentou a todos os participantes da Jornada Pedagógica através de um abraço simbólico ao secretário de educação, Gustavo Lisboa e destacou a importância do Ser Professor, enquanto seres humanos e como profissionais da arte de ensinar.
        Na abertura do ano letivo, a Biblioteca Itinerante e Grupo Minos arrancaram aplausos em suas apresentações.

Em seguida, a SEC anunciou o lançamento do “12º Concurso Pátria Amada”, envolvendo os profissionais e alunos da Rede Municipal de Ensino, que terão que desenvolver trabalhos em diversas categorias, inspirados nas obras de Jorge Amado. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no site www.itabuna.ba.gov.br/patriaamada
        Logo depois, foi feito o lançamento do Concurso Líderes Afrodescendentes das Comunidades de Itabuna e Ilhéus. As categorias são divididas em: 1ª Personalidade Negra da Comunidade e 2ª Sou Afrodescendente. As inscrições poderão ser realizadas entre os dias 10 e 29 de fevereiro, na secretaria de Educação de Itabuna.

Palestra

Um dos momentos mais esperados pelos profissionais da Educação na abertura da Jornada Pedagógica 2012 foi a palestra da professora PhD, consultora em Educação, Ivone Boechat, que conduziu a temática central do evento e do ano letivo, “A subjetividade do SER PROFESSOR no contexto da Educação Grapiúna”. Em suas explanações, a especialista na área educacional enfatizou uma série de situações vividas pelos educadores em sala de aula e apontou a necessidade dele promover o aluno a um cidadão global. “Temos uma educação a nível global, precisamos “abrir” a visão do grapiúna porque ele é cidadão do mundo e precisa sair desse contexto local. E, o professor é aquele que ajuda a “abrir” as portas para esse aluno”.
        A abertura da Jornada Pedagógica contou com um público muito extenso de professores, coordenadores e diretores da Rede Municipal de Ensino, que apoiam a iniciativa do Poder Público Municipal no desenvolvimento de ações que valorizem o profissional da educação. Para a coordenadora pedagógica da Unidade Iolanda Pires, Alaíse Farias o momento foi muito oportuno para promover reflexões sobre a função de educador.
“Nós estávamos precisando de momentos como este, para que possamos refletir sobre a nossa profissão e o que nós oferecemos, enquanto profissional e como pessoa. Além disso, o encontro foi importante para traçarmos projetos do professor com o aluno e nós incentivar para a realização do ano letivo 2012”.
Estavam presentes, ainda, o representante da Câmara Municipal de Vereadores, o vereador Wenceslau Júnior; a presidente do Conselho Municipal de Educação, Maria Lúcia Bittar; a presidente do Sindicato do Magistério Municipal Público de Itabuna (Simpi), Normagnolândia Guimarães Sant’Ana; a diretora da Direc 7, Rita Dantas; a representante dos Movimentos Sociais, Rita Amâncio de Cássia; a representante dos gestores escolares, Maria Célia Miranda; a representante dos professores da Rede, Marizouda Ferreira; o representante dos pais, Joilson Silva e dos funcionários, Elizabeth Ferreira.
Programação
O encontro integra o calendário letivo do município, que tem como propósito capacitar os profissionais da área e planejar as ações escolares para o ano de 2012. Nos dias 8, 9 e 10 os profissionais da Rede Municipal de Ensino estarão realizando o planejamento do ano letivo de 2012, nas Unidades Escolares. Para encerrar a 28ª Jornada Pedagógica, está prevista a 3ª Aula Pública do Projeto Salutar, a partir das 17 horas, na praça Rio Cachoeira, em Itabuna.








http://www.itabuna.ba.gov.br/portal/noticia/592/sec-inicia-ano-letivo-com-a-valorizao-do-ser-professor

A FÁBULA DA CONVIVÊNCIA

Tenho a certeza que muitos de vocês já conhecem essa linda Fábula, mas considerei importante para compartilhar nesse início de ano letivo.

Bjo no coração de todos!!  


Durante uma era glacial, muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, e juntar-se mais e mais.
Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro.
E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se enfrentando por mais tempo aquele forte inverno .
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, e afastaram-se feridos, magoados, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus companheiros.

Doíam muito...

Mas, essa não foi a melhor solução : afastados, separados, logo começaram a morrer congelados, os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver, resistindo à longa era glacial.

Sobreviveram...

É fácil trocar palavras, difícil é interpretar os silêncios !
É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar !
É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração !
É fácil apertar as mãos, difícil é reter o seu calor !
É fácil sentir o amor, difícil é conter sua torrente !
Que possamos nos aproximar uns dos outros com amor e serenidade de tal forma que nossos espinhos não firam as pessoas que mais amamos tanto no trabalho, na escola, na igreja, em casa ou na rua.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

1a REUNIÃO COM COORDENADORES PEDAGÓGICOS

Bom dia crianças!!!

Foi com essa mensagem, que as profissionais que atuam no Projeto Psicopedagógico nas Escolas do Campo, iniciaram o 1° Encontro com os coordenadores da Educação do Campo de
Itabuna - BA

Direcione seu olhar
                                            Autor desconhecido

Quando estiver em dificuldade,
e pensar em desistir,
lembre-se dos obstáculos que já superou.
Olhe para trás.

Se tropeçar e cair, levante,
não fique prostrado,
esqueça o passado.
Olhe para frente.

Ao sentir-se orgulhoso
por alguma realização pessoal,
sonde suas motivações.
Olhe para dentro.

Antes que o egoísmo o domine,
enquanto seu coração é sensível
socorra aos que o cercam.
Olhe para os lados.

Na escalada rumo às posições,
no afã de concretizar seus sonhos,
observe se não está pisando em alguém.
Olhe para baixo.

Em todos os momentos da vida,
seja qual for sua atividade,
busque a aprovação de Deus.
Olhe para cima!

Além de uma bela mensagem para reflexão quando qual postura deveu utilizar, servirá também como uma esplêndida oração.
Enfim!! Foi assim que sentimos quando a escolhemos.
Um excelente 2012 para todos nós!!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

“O SER PROFESSOR”” É TEMA DA 28ª JORNADA PEDAGÓGICA

http://www.itabuna.ba.gov.br/portal/noticia/569/o-ser-professor-ema-da-28e-jornada-pedaga

A Secretaria de Educação (SEC) realiza, entre os dias 3 e 16 de fevereiro, a 28ª Jornada Pedagógica, com o tema “A subjetividade do ser professor no contexto grapiúna”, evento que contará com a participação de todos profissionais da rede municipal de ensino. O encontro integra o calendário letivo do município, que tem como propósito capacitar os profissionais da área e planejar as ações escolares para o ano de 2012. 

O ser professor” é tema da 28ª Jornada Pedagógica
A Jornada Pedagógica traz uma temática subjetiva, que destaca a atividade docente e sua ligação “às condições psicológicas e culturais dos professores, que resulta das responsabilidades com a formação humana e o compromisso consigo mesmo e com o outro, deixando de lado as particularidades pessoais e profissionais para entender o próximo”.

Programação

A abertura oficial do evento está prevista para o dia 6, às 13 horas, no auditório Paulo Souto da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), com a palestra da professora Ivone Boechat. No dia seguinte, serão realizados minicursos no Centro de Cultura e no Instituto de Cultura Espírita de Itabuna (ICEI), a partir das 8 horas, com a professora Nayara Alves Severo e a psicóloga Suely de Souza Ribeiro.
O planejamento do ano letivo de 2012 será realizado entre os dias 8 e 10, nas unidades escolares da rede municipal. Para o último dia da jornada, está previsto o encontro de formação com os coordenadores pedagógicos.


DCS/PMI - Texto: Viviane Cabral – Fotos: Pedro Augusto - 27/01/12

sábado, 4 de fevereiro de 2012

PSICOPEDAGOGIA SISTÊMICA NA INSTITUIÇÃO PARA CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

TENHO  COMO PRIORIDADE SÓ POSTAR NESSE BLOG TEXTO E SUGESTÕES QUE ACRESCENTEM NA EVOLUÇÃO DO EDUCADOR E ESSE ARTIGO TEM ESSE OBJETIVO.
BONS ESTUDOS COMPANHEIRAS!
QUE VENHA 2012!!  
http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=21



Elizabeth Polity

Não podemos ainda esquecer da força sistêmica. O sistema tem uma força brutal. Se colocarmos uma criança mais frágil num sistema onde ela vai ser engolida, isso não pode ser bom em hipótese alguma, ela não tem recursos para lidar com este sistema, ela não pode fazer frente à força desse sistema
Como você está vendo o trabalho Psicopedagógico atualmente?
A psicopedagogia está ganhando um espaço muito grande, muito forte e muito bom. Contamos com bons cursos de especialização, consistentes, abarcando uma base teórica ampla. Esses cursos também contemplam a formação clínica, com prática e supervisão. Assim, o profissional adquire condições de desenvolver um trabalho de excelência.
Ao mesmo tempo, noto nas escolas, nas empresas e nas clínicas um espaço aberto para o psicopedagogo. Tenho conhecimento de empresas, que operam na área de RH, solicitando psicopedagogos para o corpo de profissionais.
A psicopedagogia vem se consolidando como área de conhecimento, como área de atuação, trabalhando interdisciplinarmente e fazendo as pessoas compreenderem que aprender não é algo necessariamente ligado ao ensino sistematizado, à escola. "Aprender é algo que se faz o tempo todo, durante toda a vida. Depois que deixamos de fazer as coisas por reflexos, tudo o que fazemos demanda aprendizagem. Aprendemos nas empresas, aprendemos nas instituições, aprendemos nas escolas, aprendemos com as famílias e nas famílias", o que amplia muito o campo do psicopedagogo.
O psicopedagogo nas empresas já é uma realidade?
Tenho notícias de que isso é uma realidade. O profissional integrando equipes multidisciplinares, dentro de empresas, na área de relações humanas, trabalhando com as questões relacionais, com as questões da organização que aprende, com a visão compartilhada. Para as culturas orientais, aprender significa estudar e praticar constantemente. Creio ser este o espírito das organizações que pretendem atingir grandes mudanças .
Atualmente estou lendo um livro muito interessante chamado "A Quinta Disciplina", que foi escrito por um Administrador (Senge, P.M., Ed. Best Seller, 1999), e tem por base o pensamento sistêmico. Ele afirma a questão da necessidade da aprendizagem das e nas relações: um profissional não pode só conhecer ou dominar o seu campo de trabalho. Ele precisa conhecer como se processam as relações, ter um razoável domínio pessoal, ter uma visão compartilhada e promover a aprendizagem em equipe. Creio que são requisitos plenamente tangíveis para um psicopedagogo, tendo em vista a pluralidade de sua formação.
Você tem duas publicações na área da psicopedagogia, do que elas tratam?
O primeiro livro é a minha monografia, apresentada como exigência para a conclusão do curso de especialização em Psicopedagogia, para a PUC-SP. Foi publicada pela Editora Lemos e chama-se "Ensinando a Ensinar". Ele traz um pouco da minha experiência adquirida em uma escola, que atende crianças com dificuldades de aprendizagem. Foi um trabalho desenvolvido com uma equipe de professores, com o objetivo de estimular as reflexões sobre o trabalho com estes alunos. É um livro com suporte teórico voltado para a psicanálise. No primeiro capítulo, falo um pouco sobre o "autorizar-se a ensinar", utilizando o conceito bioniano (W.Bion) de autoridade interna. Em outro capítulo do livro volto-me "a quem se ensina ?"; qual o objetivo de entender melhor este aluno com qual vou trabalhar, através do olhar da psicologia genética e da psicanálise.
No terceiro capítulo, proponho uma Psicopedagogia sistêmica, com o intuito de observar que os processos educacionais, que envolvem os sujeitos dentro de uma escola, estão inter-relacionados e se influenciam mutuamente. Ao perceber a escola como sistema, deixamos de colocar o foco no aluno com dificuldade e o redestribuimos por todos os subsistemas envolvidos.
No segundo livro "Psicopedagogia: um Enfoque Sistêmico - Terapia Familiar nas Dificuldades de Aprendizagem" da editora Empório do Livro, fui a organizadora. Escrevo com outras quatro psicopedagogas e terapeutas familiares.
Pretendemos falar um pouco sobre a dificuldade de aprendizagem iluminada pelas teorias da Terapia Familiar Sistêmica. As autoras propõe uma articulação entre a teoria sistêmica que embasa a terapia familiar e os pressupostos teóricos da Psicopedagogia.
No primeiro capítulo é dada uma noção geral do que é a Teoria Sistêmica, Cibernética de Primeira Ordem, Cibernética de Segunda Ordem, trazendo um aporte teórico para o leitor que não é da área. Nos outros capítulos, por intermédio de atendimentos clínicos, vamos tentando estabelecer relações entre o atendimento familiar e o psicopedagógico. A preocupação das autoras é a de estar mostrando a importância da família, da escola, do contexto social, das redes mais amplas, para o entendimento da dificuldade de aprendizagem.
Qual a vantagem do Enfoque Sistêmico no olhar psicopedagógico? 
Penso que para melhor compreendermos as questões da aprendizagem, elas devem ser consideradas sistemicamente. O que vem a ser isso? A escola, a família do aluno, ele próprio, os professores, são todos integrantes de um sistema que formam uma unidade e tendem para a manutenção de um equilíbrio. Ao olharmos esses subsistemas de forma circular estaremos nos responsabilizando, e a todos os envolvidos, nos processos de aprendizagem e nas possíveis rupturas que possam aí surgir.
Dentro da minha experiência, trabalhando com alunos com a queixa de dificuldade de aprendizagem, pude perceber que embora essa possa ser uma condição ligada a múltiplos fatores internos do sujeito, ela está sobremaneira sustentada pelo meio familiar, escolar, social, no qual o sujeito está inserido.
A circularidade, enquanto propriedade dos sistemas, evita que sejamos presos pela cômoda possibilidade de eleger uma única causa para o problema.
E quanto à Instituição, o que o olhar Sistêmico propicia?
Tão importante quanto ter um modelo é perceber que ele não passa de uma metáfora. Assim, quando se fala em olhar sistêmico na Instituição isso é apenas um recurso que nos auxilia a ordenação de uma realidade complexa, possibilitando definições operacionais, lógicas e pragmáticas.
O que este modelo nos permite é perceber como as questões do aprender e do saber operam de uma forma relacional e circular. Tanto quem aprende como quem ensina, estão ambos implicados e mutuamente responsáveis pelos/nos resultados. Colocar tanto o ensinante quanto o aprendente, quanto às famílias de ambos, assim como os terapeutas envolvidos neste processo, a escola, o próprio contexto social, implicados e co - responsáveis pela mesma situação. Desta forma tiramos o foco da criança, deixamos de olha-la como bode expiatório, e redistribuímos o sintoma (no caso, as dificuldades de aprendizagem), por todos os envolvidos.
Na Escola Winnicott, como funciona isso na prática?
Em nosso trabalho, pretendemos por na prática esses ensinamentos, dentre outros expedientes, através da formação de redes de apoio.
Trabalhamos a pessoa do professor, a família deste professor (não no sentido de trazer a família deste profissional para dentro da escola, mas sim, quais os mandatos, valores e crenças, quais os mitos que permeiam a família do professor, inclusive o que o levou a escolher essa profissão, que sentido na sua história de vida faz com que apareçam dificuldades com determinados alunos e facilidades com outros).
Trabalhamos com os terapeutas que atendem nossos alunos. Trabalhamos com as famílias dos alunos, através de palestras, encontros, orientações.
Enquanto direção e coordenação, estamos igualmente implicados nesta situação de aprendizagem, inseridos que estamos no mesmo sistema.
O trabalho em rede permite uma melhor apreensão do contexto, clarificando a natureza do problema e as respostas que devem ser fornecidas.
O que se propõe e se espera do profissional em uma escola com crianças com dificuldade de aprendizagem, a formação deverá ser diferenciada? 
Acredito que sim. Temos aqui no Colégio Winnicott reuniões semanais, com 2 horas de duração, onde são desenvolvidos trabalhos teóricos e práticos.
O aporte teórico visa trazer informação para os professores, uma vez que temos da 5ª série do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, professores especialistas de áreas (as classes de 1ª. à 4ª série são comandadas por psicopedagogos).
Estes professores normalmente não detém um conhecimento da área da psicopedagogia, criando uma necessidade de trazer até eles, textos de psicanálise, lingüística, filosofia, pedagogia, teoria sistêmica, entre outros.
Damos ainda, especial atenção à formação da pessoa desses profissionais, desenvolvendo dinâmicas psicodramáticas, que visam favorecer seu auto-conhecimento.
A maior parte de nossos profissionais faz ou fez terapia. Considero que é uma das condições básicas para se trabalhar com alunos, sobretudo aqueles que apresentam dificuldade no aprendizado.
Quais são os problemas mais comuns encontrados na população de crianças com problemas de aprendizagem?
Quando fiz minha tese de mestrado "As dificuldades de Aprendizagem à Luz das Relações Familiares: um ensaio sistêmico" ocorreu-me fazer uma pesquisa, no colégio, acerca das " dificuldades" que mais apareciam como queixa inicial.
À primeira vista, os problemas emocionais emergiram como maioria. Depois, com um olhar mais detalhado e mais atento, pude perceber que as dificuldades se sobrepõe. Na verdade, você nunca tem uma única causa, mas um conjunto de situações que favorecem o aparecimento e a manutenção do sintoma (aqui entendido como dificuldade de aprendizagem). Na maioria das vezes, há um entrelaçamento de vários fatores (por exemplo: neurológicos, genéticos, cognitivos, familiares, sociais, escolares, etc..) que precisam ser compreendidos sistemicamente.
Esse movimento me permitiu observar o papel fundamental dos sistemas envolvidos, em especial o da família, que foi o alvo de minha pesquisa e poder concluir que seja qual for a etiologia da dificuldade de aprendizagem o apoio do sistema familiar é decisivo para a condução do processo.
Um exemplo que cito na minha dissertação: o estudo de uma criança com síndrome de X Frágil (alteração cromossômica caracterizada pela mutação do cromossoma X do par sexual XY. Atinge pessoas do sexo masculino e caracteriza entre outros por sintomas como: dificuldade para entender conceitos abstratos, depressão ou hiperatividade, traços de autismo, lentidão de raciocínio). No caso a que me refiro, a criança vem de uma família funcional, onde o pai e mãe tem muita clareza para lidar com a situação, propiciando desta forma, que a criança desenvolva seu potencial. Apesar das dificuldades próprias do quadro, outras variáveis favoráveis estavam presentes e se faziam notar, oferecendo um bom desenvolvimento para a aquisição da aprendizagem.
Estudei também o caso de um jovem, com queixa de abandono escolar em virtude de drogadicção, proveniente de uma família disfuncional (onde as funções familiares ou não são claras ou não existem. Famílias onde não existem hierarquia, fronteiras, onde filhos e pais são "iguais"). Embora ele apresentasse a capacidade cognitiva preservada, sua condição emocional não permitia que ele fizesse uso de suas competências. Assim, o fator emocional comprometia o cognitivo, o relacional, o social, que por sua vez impediam sua aprendizagem.
Novamente voltamos para questão sistêmica: as situações não devem ser analisadas isoladamente, porque na realidade, o todo não é a soma das partes.
Qual é o limite do Psicopedagogo na prática do atendimento psicopedagógico?
Aí entramos numa questão muito interessante que é a psicopedagogia como área de interseção, como um conhecimento multi e interdisciplinar.
Delimitar o campo de atuação de um profissional é antes de tudo preocupar-se com a qualidade do trabalho e a respectiva competência para executá-lo. Daí a importância da regulamentação dos cursos de especialização, dos estágios, da supervisão. Falando em limite da prática profissional, fala-se em Ética e em responsabilidade; em (re)conhecimento de seus próprios limites pessoais.
O psicopedagogo por ter uma formação pluralista pode estar apto a exercer práticas diferentes. Explicando melhor: o Psicopedagogo que é também fonoaudiólogo, pode trabalhar com os distúrbios da fala. O que é psicanalista está apto a fazer interpretações. O que é psicólogo pode fazer terapia, e assim por diante. O psicopedagogo que tenha uma formação em terapia familiar está apto a atender também a família. Cada um na sua área, tendo em comum a preocupação com a aprendizagem.
Creio que o que se pode destacar aqui é a possibilidade de se procurar parcerias e trabalhar em redes que ofereçam um atendimento adequado aos nossos clientes.
A idéia de "Rede de Apoio", no Brasil ainda é nova, mas em outras locais, como EUA e Europa, ela já é largamente utilizada. Trata-se de um conjunto de pessoas, que de maneira formal ou informal vinculam-se entre si. Ela diz respeito aos processos dessa interação social que são estabelecidos pelos indivíduos em seu cotidiano. Muitas são as redes que se pode dispor: a Igreja, a comunidade social, o clube, o sistema de saúde, profissionais de outras áreas, entre outros. Cabe a nós, saber tecer os nós de rede que beneficiem nosso trabalho e o atendimento ao nosso cliente/aluno.
Como ilustração cito um trabalho que apresentei no IV Congresso de Terapia Familiar - RJ, cujo tema era: Flexibilizando as tramas das Lealdades Familiares: relato de um atendimento. Descrevo o caso de uma família que atendi, onde o apoio de uma rede mais ampla, no caso de uma igreja evangélica foi decisivo para o andamento do processo terapêutico. O Paciente Identificado veio com diagnóstico de psicose e naquele momento a família não dispunha de recursos internos para ajudá-lo. Era um grupo pobre de contatos, que vivia isolado e com padrões de comunicação muito empobrecidos. A partir do momento que esse rapaz começou a fazer contato com este grupo social, que foi incorporado no coro, que passou a fazer amizades, pode-se observar uma significativa mudança nos padrões relacionais dele e de todo o grupo.
Fica aqui uma sugestão desse recurso como aliado do atendimento psicopedagógico.
Quais são os danos neste tipo de família, já que temos observado o aumento desta síndrome por causa do medo e a violência na sociedade nos dias atuais? 
As trocas ficam empobrecidas. Não há investimento de novos recursos, a família se fecha em si, evitando trocas com o meio exterior. Usamos um termo emprestado da física para nomear o fenômeno: entropia
Em relação à sociedade de hoje, percebermos as famílias cada vez mais isoladas. Há sessenta anos atrás, era comum a família extensa, composta por pais, irmãos, tios, avós, morando na mesma casa ou próximos. Hoje encontramos um grande número de famílias mono-parentais, distantes de sua família de origem e com pouco apoio de redes mais amplas.
Muitas famílias estão se restringindo a suas casas, num convívio empobrecido, de parcos recursos emocionais, porque não há troca. A mãe sozinha (ou o pai) não tem amparo, não tem continência, chega um momento onde ela/ele não tem mais o que dar para os filhos, porque não recebe nada, está isolada/o da sua família de origem, está distante de amigos, está distante de um contexto social mais amplo.
Também observamos famílias, que têm uma criança diferente, comprometida por uma questão física ou emocional; estas também costumam isolar-se; fecham-se, ou por vergonha ou por dificuldade em lidar com a situação perante os amigos, perante a sociedade. Não saem com as crianças, não querem se expor. São famílias que realmente não conseguiram trabalhar o luto de ter uma criança diferente do desejado.
Como reagem famílias de crianças que estudam em escolas "especiais"? 
Como já mencionei, percebo a necessidade de elaboração do luto por se ter um filho diferente daquele que se imaginava.
Normalmente, quando as famílias chegam para nós, percebe-se uma diferença muito interessante: as famílias que vem procurando vaga para crianças até a 4ª série, em sua maioria, ainda está naquele período em que não aceitou bem a dificuldade da criança, ainda tem a esperança de que um dia ela irá para uma escola "normal".
Existe a vergonha porque a criança precisa de uma escola diferente; eles querem ver como é " a cara dos outros alunos", aparece o preconceito.
Por outro lado, os pais do Ensino Médio (antigo Colegial), são pais com maior tranqüilidade em aceitar aquele filho diferente, já trilharam um caminho vêem a possibilidade de continuar. Percebe-se uma aceitação maior, não existe mais a questão do preconceito, na sua maioria estabeleceram um relacionamento mais amplo dentro da comunidade.
Pode-se observar uma clara analogia entre a aceitação de um filho diferente e as fases que Bowby descreveu para a aceitação do luto: sentimentos como raiva, ansiedade e medo, a família está desorganizada internamente, tendem a esconder essas crianças do mundo externo, da realidade. Depois disso vai existindo um salto qualitativo onde os pais começam a trabalhar melhor esta idéia e vão passando para uma fase de maior aceitação, de mais organização.
Temos experiências de crianças que entraram nas série inicias e ficam até o 3o ano do Ensino Médio. Assim podemos observar por muitos anos estas famílias e perceber este processo de mudança, de maneiras diferentes de se relacionar com o sujeito, com o mundo, com a comunidade. Obviamente que esta divisão que estou fazendo não é rígida e nem tenho a pretensão de generalizar. Serva apenas para efeito de elucidação.
Como você vê a questão da inclusão?
A idéia da inclusão é muito interessante. Leio muito sobre como isso é feito em outros países, como Itália e França, onde esse trabalho já é bastante conhecido.
Na prática, infelizmente a inclusão aqui no Brasil não responde tão positivamente como em outras experiências que se lê nos relatos de outras localidades.
Na minha visão, existem dois momentos bem diferentes: o primeiro é aquela tentativa de inclusão onde se coloca uma criança diferente em uma classe "normal", de crianças ditas "normais", e esse diferente fica absolutamente ilhado e isolado, muitas vezes, servindo de chacota para outras crianças, tendo sua auto-estima rechaçada pelos amigos, vivenciando uma experiência que acaba sendo muito ruim para ambos os lados.
O que se vê , com freqüência, são profissionais designados para lidar com essas turmas que não tem o devido preparo para trabalhar as diferenças, para aceitar as diferenças e portanto, para fazer uma inclusão real.
Num segundo momento podemos considerar outros casos onde existe uma inclusão mais frutífera: algumas crianças ditas "normais" interagindo com outras que apresentam alguma diferença e todas participando por exemplo de uma aula de natação, uma aula de equoterapia (terapia com o auxílio do cavalo), uma aula de música, ou seja, onde a capacidade intelectual não seja tão valorizada, tão necessária e que marque esta diferença.
Se reunirmos crianças com potenciais diferentes e exigir delas atividades onde ambas estejam em condições de dar, essa inclusão é perfeita. Como, por exemplo, no jogo de futebol que nossos alunos participam. O que é exigido é uma boa capacidade motora, o respeito às regras, aos limites e todos os benefícios que os jogos podem trazer para a aprendizagem.
Quem trabalha em uma escola que atende crianças com dificuldades de aprendizagem, sabe da preocupação de se estar reunindo num grupo, patologias e/ou necessidades extremamente diversas. É algo que temos que olhar com muita atenção, com muito critério.
Aqui no Winnicott, muitas vezes, deixamos de atender alunos que tinham o perfil da escola porque naquele momento não havia um grupo que pudesse acolhe-los bem. Não adianta colocarmos crianças com muitas diferenças entre si e não viabilizarmos um atendimento profícuo. Ainda que tenhamos a preocupação com o "individualizado", em algum momento teremos que ter um denominador comum, se não, porque é que estamos agrupando?
Falar em inclusão é muito interessante, mais uma inclusão feita com bom senso, com critério, com respeito e responsabilidade.
Não podemos ainda esquecer da força sistêmica. O sistema tem uma força brutal. Se colocarmos uma criança mais frágil num sistema onde ela vai ser engolida, isso não pode ser bom em hipótese alguma, ela não tem recursos para lidar com este sistema, ela não pode fazer frente à força desse sistema. Questiono a inclusão neste sentido.
Estamos lidando com gente, isto não é reversível, não dá para apagar e fazer de novo, é uma responsabilidade muito séria com o sujeito, com as famílias, com a comunidade, com todos os envolvidos.
Acho que há uma questão que deve ficar para nós, enquanto educadores e psicopedagogos: para que estamos fazendo essa inclusão? qual o objetivo?

Elizabeth Polity - Psicopedagoga, terapeuta familiar, Mestre em educação, doutoranda em psicologia. Diretora do Colégio Winnicott. Diretora da APTF