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PEDAGOGA - especialização em PSICOLOGIA ESCOLAR - Coordenação Josefina Castro e PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA, INSTITUCIONAL E HOSPITALAR - Coordenação da Pp - profª Genigleide da Hora - Mestranda em Educação Inclusiva.

domingo, 6 de maio de 2012

GNOSIOLOGIA E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM - Abordagem de Jorge Visca



Gennnnnnttteeeee!!
Foi muito bom. Não há cansaço que resista a tantas informações importantes


Esse artigo logo abaixo retrata com muita clareza o que estudamos nesse sábado

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EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE: UMA PROPOSTA DE JORGE VISCA

                                                                      Digelza Flávia Câmara Lassalvia
 http://supervisaopsicopedagogica.com.br/?p=10

Jorge Visca  (1935 a 2000), nasceu na Argentina e  graduou-se em Ciências da Educação e Psicologia Social. Desenvolveu importantes estudos,  durante a jornada acadêmica, tanto em seu país, como no exterior. No Brasil  notabilizou-se por haver  contribuído na formação da primeira geração de psicopedagogos. Esse fato tem como alicerce a experiência adquirida em sala de aula, como professor, em escolas do ensino fundamental e médio, na Argentina,  propiciando-lhe uma ampla compreensão dos problemas de aprendizagem.
Foi um dos primeiros psicopedagogos que se preocupou com a epistemologia da psicopedagogia, e isto o levou a estudar o processo do aprender, desde os movimentos iniciais de comunicação entre o professor e o aluno, até chegar ao processo da aquisição da aprendizagem. Questionou o porquê  algumas pessoas compreendem facilmente uma informação e outras  as interpretam de uma maneira totalmente diferente ou erroneamente.  Como o sujeito da aprendizagem pode  perceber  a dinâmica desse  processo? Como o  professor/psicopedagogo  pode contribuir para a aprendizagem, considerando as diferenças individuais?
Ofereceu cursos e supervisões na área da Psicopedagogia, em vários pontos do país e no exterior, ajudando a formação e especialização desses profissionais. Fundou o Centro de Estudos Psicopedagógicos de Buenos Aires, em 1977,  e mais tarde,  no Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba. Ainda em 1980, participou da criação da Associação de Psicopedagogos de São Paulo, e, 1985, da Associação Brasileira de Psicopedagogia. 
         Experiências significativas realizadas em sua militância acadêmica culminaram com a criação da Epistemologia Convergente (1965), considerada um método clínico, destinado ao processo de Diagnóstico e Intervenção, para diferentes faixas etárias. 
 
          O paradigma da Epistemologia Convergente está fundamentado em três linhas teóricas: a Psicanálise, a Psicologia Social e a Epistemologia Genética. Os principais representantes da  primeira linha teórica foram Ana Freud  e Melanie Klein que se dedicaram a estudar crianças e, posteriormente, adolescentes focalizando as questões do inconsciente e suas representações. Na segunda linha teórica, Jorge Visa  fundamenta-se em Pecho Riviera, que considera o estabelecimento do vínculo como o principal atributo no processo da aprendizagem, caracterizando a formação do  grupo operativo como uma unidade de funcionamento na aplicação no campo psicoterapêutico  e na educação.  A  epistemologia genética  idealizada por Piaget complementa  a terceira vertente no embasamento da Epistemologia Convergente. Piaget iniciou seus estudos utilizando o método clínico ou crítico, com o objetivo de observar à lógica, tanto nas ações como das operações desenvolvidas e, na sequência de suas pesquisas, houve a transformação dos testes psicométricos em provas operatórias para garantir a intenção epistemológica e a hipótese diretriz de seus trabalhos. (Visca, 1987, p.15).
            A Epistemologia Convergente procura compreender a contribuição dos aspectos afetivos, cognitivos e do meio sócio educacional, no processo da aprendizagem do indivíduo e as possíveis dificuldades apresentadas, tendo como base, a integração dos conhecimentos da psicologia genética, da psicanálise e da psicologia social.  A articulação entre as dimensões afetivas e cognitivas do indivíduo só se completam no estabelecimento da relação contínua dessas dimensões com o meio onde o indivíduo vive, formando uma unidade, um sistema com características únicas. É nesse patamar que o psicopedagogo precisa atuar, ou seja, propiciar condições para que o aprendiz construa seu conhecimento tomando como referencial uma postura reflexiva, isto é de revisão pessoal, visando à possibilidade da construção de novos valores, de novas concepções. Outro fator importante nessa construção é a mediação junto ao aprendiz, para que este tenha a possibilidade de expressar suas ideias no grupo desbloqueando elementos imobilizadores inconscientes que estiveram impedindo este crescimento pessoal.
 A estrutura do método contempla os seguintes itens (Visca, 1987).
1. ENQUADRAMENTO
  • Conhecer critérios teóricos para fixar o enquadramento psicopedagógico.
  • Integrar os conhecimentos da epistemologia genética com os da psicologia dinâmica em função do enquadramento.
  • Formar critérios de avaliação do agente corretor e do sujeito corrigido.

2. CONTRATO
  • Conhecer os distintos tipos de contrato em função do tempo e do ambiente.
  • Estabelecer critérios que permitam determinar relações entre o contrato e os princípios sanitaristas de promover saúde e prevenir a doença.

3. DIAGNÓSTICO
  • Conhecer os fundamentos do diagnóstico psicopedagógico.
  • Criar critérios para a administração de uma bateria mínima.
  • Capacitar para diagnosticar dificuldades de aprendizagem

4. GNOSIOLOGIA
  • Formar critérios de saúde e doença no campo psicopedagógico sobre a base de conceitos sociológicos, antropológicos, psicológicos e pedagógicos.
  • Determinar distintas unidades de análise para estudar o vetor de personalidade da aprendizagem.

5. PROCESSO CORRETOR
  • Situar o papel do psicopedagogo no contexto dos profissionais.
  • Conhecer os diferentes recursos da técnica em sua aplicação individual e grupal.
  • Exercitar no manejo conceitual, emocional e prático de técnicas corretoras.

            Visca (1985) em seu livro “Clínica Psicopedagógica: epistemologia convergente” detalha o processo a ser desenvolvido para garantir a fidedignidade dos procedimentos a serem adotados no transcurso do Diagnóstico e Intervenção.
      Um recurso utilizado diz respeito às “Técnicas Projetivas Psicopedagógica – pautas gráficas para sua interpretação” – que pretende  investigar a dimensão da afetividade no processo da aprendizagem, ou seja, o estabelecimento dos vínculos e as circunstâncias dentre as quais esta construção se opera (Visca, 2008, compilado por Rozenmacher).
         A dimensão cognitiva é fundamentada e detalhada no “Diagnóstico Operatório na Prática Psicopedagógica” na descrição das provas operatórias elaboradas por Piaget e seus colaboradores, entre eles, Balder Inhelder que se preocupou em  na formalização das provas com descrição didática destinada aos estudiosos da Psicologia e   Psicopedagogia,  tanto em nível institucional como clínico (Visca, 2008, compilado por Rozenmacher).
       As duas dimensões citadas acima serão descritas em material a parte, para possibilitar o desenvolvimento da prática, com análise do conteúdo teórico.

Referências Bibliográficas
VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica: Epistemologia Convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
VISCA, Jorge. Técnicas Projetivas Psicopedagógicas e pautas gráficas para sua interpretação. Buenos Aires: Visca & Visca, 2008.
VISCA, Jorge. O Diagnóstico Operatório na prática Psicopedagógica. São José dos Campos: Pulso, 2008.

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