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PEDAGOGA - especialização em PSICOLOGIA ESCOLAR - Coordenação Josefina Castro e PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA, INSTITUCIONAL E HOSPITALAR - Coordenação da Pp - profª Genigleide da Hora - Mestranda em Educação Inclusiva.

sábado, 9 de junho de 2012

A CRIANÇA E O MEDO!!



http://mundinhodacrianca.blogspot.com.br/2009/04/crianca-e-o-medo.html

Alarme!

O medo é uma reação natural, quando nos encontramos em situações que podem tornar-se perigosas. O suor, o aumento do ritmo cardíaco e respiratório, a tensão muscular, etc., preparam-nos para reagir perante uma situação inesperada. As crianças, quando sentem medo ou temor de alguma coisa, reagem chorando ou gritando. Desta forma chamam a atenção dos adultos, que são os que se encarregarão de fazer frente a um possível perigo. A reação dos adultos é muito importante para elas, visto que eles são o modelo a seguir.
Assim, elas veem que diante de algumas coisas que lhes pareciam terríveis, tais como um petardo ou um trovão, os adultos estão tranquilos e chegam mesmo a rir-se: veem que não se trata de um perigo terrível, de modo que podem acalmar-se, porque os adultos, que são os responsáveis pelo seu bem-estar, não têm medo. Perante situações perigosas, há que ensiná-las a ser prudentes, mas sempre com reações proporcionais ao tipo de perigo que aquelas situações representam.

Lista de medos

Cada criança é única; por isso, as coisas que assustam as crianças e a idade em que cada medo se manifesta variam muito de criança para criança, e até mesmo de uma cultura ou esfera social para outra. Ainda assim, regista-se uma relação muito generalizada entre a idade e o aparecimento de determinados medos. A lista seguinte pode servir como orientação:
* Até um ano de idade, as crianças pequenas têm medo dos estímulos intensos e de tudo o que é desconhecido para elas, como, por exemplo, as pessoas. O medo das pessoas desconhecidas, em geral, diminui até ao ano e meio de idade.
* Entre os 2 e os 4 anos surge o medo das trovoadas, dos animais e das catástrofes. Essa também costuma ser a idade em que as crianças começam a ter medo do escuro, medo esse que normalmente desaparece até aos nove anos.
* Entre os 4 e os 6 anos aparece o medo dos monstros imaginários, como as bruxas e os fantasmas e o medo da separação dos pais.
* Entre os 9 e os 12 anos os medos distintos estão mais relacionados com as coisas do cotidiano, tais como os acidentes, as doenças, os conflitos com os pais, o insucesso escolar, etc.

Que podemos fazer para prevenir o medo

É muito importante vigiar o tipo de modelo que representamos diante das crianças, uma vez que este é o primeiro exemplo de comportamento que elas conhecem. Em face de um perigo real, há que educá-las para que sejam prudentes, evitando, contudo a superproteção. A aprendizagem pode comportar certo grau de temor: conhecer gente nova aproximar-se de um animal desconhecido, subir umas escadas especialmente altas… Diante de qualquer situação desconhecida, a criança pode sentir um pouco de medo. É enfrentando esse temor que se aprende e se assume que se é capaz de dominá-lo. Por outro lado, é muito importante não utilizar o medo como ferramenta educativa: ameaçar uma criança com um monstro que virá se ela não se portar bem, fechá-la num quarto às escuras, etc.

O que devemos fazer face ao medo

Quando uma criança se sente atemorizada, devemos evitar rir-nos dela ou do seu medo. Há que desdramatizar a situação, mas tendo sempre em atenção que isso está a assustar a criança. Não devemos compará-la com outras crianças que não têm medo, nem falar diante de terceiros dos medos da criança e de como isso nos preocupa. Também não devemos obrigar a criança a enfrentar de forma brusca aquilo que ela teme nem ameaçá-la e lembrar-lhe o seu medo. Ao fim e ao cabo, não temos que dar uma importância excessiva ao medo infantil, mas devemos isso sim, respeitar o que a criança sente e evitar ridicularizá-la sozinha ou em frente de terceiros.

Quando o medo se torna demasiado grande

Às vezes é difícil para os pais determinar quando um medo infantil requer alguma forma de terapia. Nestas idades, as reações das crianças podem ter a intensidade suficiente para nos fazerem duvidar da sua “normalidade”. Para diagnosticar se um medo se transformou em fobia, há que ter em conta a idade da criança e o tempo de persistência do temor. Em caso de dúvida, se se notar que a criança sofre e que o temor afeta a sua vida cotidiana, poderá procurar-se o aconselhamento profissional de algum especialista.

Conclusão

Sentir medo ante diferentes estímulos faz parte dos sentimentos humanos, independentemente da idade que tivermos. Aprender a superar o medo é uma capacidade que a criança pode começar a criar desde muito pequena: quanto mais compreensão e confiança tiverem com ela (e ela conosco), tanto mais fácil será enfrentar aquilo que lhe causa medo. E este expediente continuará a aplicar-se durante a idade adulta. Não se trata apenas de superar o medo, mas sim de estabelecer as estratégias para que cada um o consiga fazer.
Núria Roca
O medo, do mais medroso ao mais corajoso
Porto, Ambar, 2003
adaptado

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